O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta quarta-feira, que 203 comitês esportivos nacionais receberam os convites oficiais para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Como ainda não há definição sobre a participação de Rússia e Belarus, em razão da guerra na Ucrânia, as duas nações aliadas não foram convidadas, assim como a Guatemala, que vive um cenário diferente daquele protagonizado pelos outros dois excluídos.
A sanção ao país da América Central, imposta em outubro de 2022, é motivada por um conflito institucional, iniciado após o Tribunal Constitucional da Guatemala suspender parcialmente os estatutos do Comitê Olímpico Guatemalteco (COG). Por isso, o COI questiona a independência do órgão e exige "a condução livre de suas eleições de acordo com os próprios estatutos e com a Carta Olímpica", para readmitir a participação do país na Olimpíada.
O COG teve eleições no início deste ano e Geraldo Aguirre foi reconhecido como novo presidente pelo COI, mas o Tribunal Constitucional nacional nomeou Jorge Alexander Rodas como vencedor, após a decisão sobre os estatutos. Desde então, a entidade vive uma situação de tensão. Presente em todos os Jogos Olímpicos desde 1968, a Guatemala tem uma única medalha, de prata, conquistada na marcha atlética por Érick Barrondo em Londres-2012.
Apesar do atual impasse, ainda há chances de que o país participe dos jogos de Paris. "Há eleições presidenciais, esperamos que as ações ligadas à campanha eleitoral acalmem as coisas e os atletas da Guatemala possam participar com sua bandeira e seu hino. Se não for resolvido, convidamos os atletas guatemaltecos a participarem sob a bandeira olímpica", afirmou Thomas Bach.
Já o caso da Rússia e de Belarus é um pouco mais delicado, pois está envolto em um contexto de forte pressão internacional. "Não tomamos uma decisão ainda", disse Bach. Os atletas desses dois países ainda não sabem se poderão competir em Paris, mesmo como neutros.
Recentemente, o COI recomendou que entidades esportivas aceitassem russos e belarussos em suas competições, de acordo com alguns critérios, como não exibir cores da bandeira nacional e não possuir vínculo com instituições militares. As mesmas condições podem ser estabelecidas para a liberação desses competidores nos Jogos Olímpicos.