Esportes

COI pede à IAAF punições contra russos e suspende Lamine Diack

O Comitê Olímpico Internacional (COI) voltou a se manifestar sobre o escândalo de doping no atletismo da Rússia, nesta terça-feira. Depois de adotar postura cautelosa na segunda, a entidade cobrou punição aos citados em denúncias no relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) e prometeu cassar e realocar medalhas olímpicas, caso necessário. Também suspendeu o senegalês Lamine Diack, ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês).

“O COI pediu à IAAF que abra procedimentos disciplinares contra atletas, treinadores e dirigentes que tenham participado dos Jogos Olímpicos e que tenham sido denunciados pelo relatório elaborado pela comissão independente da Wada”, anunciou o Comitê Executivo do COI, em nota oficial.

A entidade avisou que vai adotar sua conhecida política de tolerância zero ao fim do procedimento a ser aberto pela IAAF. “O COI vai adotar todas as medidas e punições com respeito à cassação e realocação de medalhas e, se for o caso, excluir treinadores e gestores das futuras edições das Olimpíadas”, declarou.

Quanto ao descredenciamento do laboratório de Moscou, uma das primeiras consequências diretas do escândalo de doping no atletismo russo, o COI garantiu a legitimidade dos resultados obtidos no local durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, realizado no início do ano passado.

A entidade afirmou que não foram encontradas irregularidades durante a competição e, por isso, não vai contestar a credibilidade dos testes. Na segunda-feira, as autoridades da Wada afirmaram que as denúncias de doping “sistemático” no esporte russo colocariam em xeque os resultados dos Jogos de Inverno. “Não há motivos para questionar os resultados”, rebateu o COI.

No entanto, a entidade lembrou que mantém todas as amostras por 10 anos. E prometeu fazer novos testes nos próximos meses para avaliar a presença de substâncias proibidas. “A qualquer momento, o COI pode refazer os testes diante de novas técnicas científicas disponíveis.”

LAMINE DIACK – Ao mesmo tempo em que pediu punição aos denunciados pelo relatório da Wada, o Comitê Executivo do COI confirmou a suspensão provisória do senegalês Lamine Diack, ex-presidente da IAAF, do seu corpo de membros honorários. Ele sofre investigação criminal por corrupção e lavagem de dinheiro.

Aos 82 anos, ele é suspeito de ter recebido cerca de 1 milhão de euros da Rússia para encobrir resultados positivos em exames antidoping, em 2011. Ele deixou a presidência da IAAF em agosto deste ano, após ocupar o cargo pelos últimos 16 anos – Sebastian Coe venceu as últimas eleições.

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