O Comitê Olímpico Internacional (COI) prometeu nesta sexta-feira refazer os testes sobre 254 amostras de urinas dos atletas russos colhidos nos Jogos de Inverno de Sochi, realizado em 2014, e na Olimpíada de Londres, em 2012. Já as amostras do Rio-2016 ficarão guardadas por dez anos e também voltarão a ser testadas antes dos Jogos de 2020.
Criticado por não agir antes do Rio, o presidente do COI, Thomas Bach, afirma agora que o relatório do investigador canadense Richard McLaren, divulgado nesta sexta, mostra que a “integridade do esporte foi atacada”. Ele defende que quem seja pego no doping não possa mais voltar a competir nos Jogos Olímpicos.
Para Travis Tygart, chefe da Agência Antidoping dos EUA, o comitê olímpico russo precisa ser suspenso e nenhum evento deveria ser autorizado na Rússia, que organizará a Copa das Confederações no ano que vem este ano e a Copa do Mundo em 2018.
“Mesmo nos dias negros do doping no Leste Europeu, a organização do doping não atingia essa dimensão”, atacou Joseph de Peneire, chefe do Instituto Nacional Antidoping, com sede na Alemanha. Mas o governo russo insiste que não existe uma ação do estado para promover o doping e que adota uma política de “tolerância zero”.
“Os eventos foram sequestrados pelos russos. Não há como saber por quanto tempo fizeram isso”, alertou McLaren. “Torcedores foram enganados”, completou. Suas conclusões revelam a dimensão do escândalo que envolveu diretamente o ex-ministro do Esporte russo, Vitaly Mutko. O braço direito de Vladimir Putin não foi autorizado a viajar ao Rio. Mas o Kremlin, ao invés de o demitir, o promoveu para o cargo de vice-primeiro-ministro.