Completam-se nesta quarta-feira, 16, 40 anos da morte de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. 40 anos! Filho do ator e diretor de teatro e cinema Oduvaldo Viana, ele estreou como ator em 1955, na peça Rua da Igreja, integrando o Teatro Paulista do Estudante. Ligou-se ao Teatro de Arena em 1959 e estreou como autor de Chapetuba Futebol Clube. O resto é história. Militante e combativo, ele ajudou a escrever a histórias de resistência do teatro brasileiro nos anos de chumbo.
Foram muitas peças – A Mão na Luva, Allegro Desbum, Rasga Coração. A última, terminou de escrever poucos dias antes de morrer, em 16 de julho de 1974, vítima de câncer no pulmão. Tinha apenas 38 anos. Sua contribuição não foi apenas no teatro. Em 1973, escreveu com Armando Costa (e dirigiu) um humorístico que fez história na Globo – A Grande Família. A versão atual, em vias de encerramento, com Marieta Severo e Marco Nanini, segue a vertente da arte nacional e popular que Vianinha defendia.
E ele fez cinema. Foi ator de Cacá Diegues no episódio Escola de Samba Alegria de Viver, de Cinco Vezes Favela, obra definidora do Cinema Novo. Em 1969, interpretou um dos principais papéis de um dos filmes menos conhecidos – mas mais pessoais – de Domingos Oliveira, As Duas Faces da Moeda. Dois anos mais tarde, e três antes de morrer, foi o protagonista de Um Homem Sem Importância, de Alberto Salvá. Esse sim é um dos maiores filmes subestimados da história do cinema brasileiro. O título diz tudo. Num estilo vertista, mas não miserabilista, ator e diretor fazem a crônica de um homem comum. Para os outros, sem importância. Mas quem pode dar a medida de um homem? Salvá, que também já morreu, e Vianinha criam um personagem de lutador inglório. Flávio, desempregado, 30 anos, entrega currículos, faz entrevistas. Um dia na vida desse homem que terá alguns encontros marcantes e inusitados. Glauce Rocha e Rafael de Carvalho, dois gigantes da interpretação, estão no elenco. Não é despropositado pensar que Um Homem Sem Importância foi a semente de A Grande Família.