O candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro denunciou nesta segunda-feira ter recebido informações sobre riscos à sua "integridade", pelo que suspendeu uma viagem marcada para os próximos dias à região de Eje Cafetero, no centro do país. Petro foi o mais votado nas primárias presidenciais e lidera as pesquisas. Se ele fosse o vencedor nas eleições de 29 de maio, ele se tornaria o primeiro presidente de esquerda a governar a Colômbia.
Na declaração assinada pela equipe de campanha presidencial, não são mostradas evidências dos supostos riscos à sua segurança, nem revelada a fonte de suas informações. Indica apenas a suspensão da campanha eleitoral para "manter a prudência" e que se espera retomá-la o mais breve possível. A polícia garantiu que não dispõe de "informações de inteligência ou vinculadas a processos judiciais que permitam inferir a existência de um plano criminoso" contra o candidato. Em comunicado, indicou que antes da denúncia contactaram o esquema de segurança do Estado que o Petro tem para "realizar a coordenação necessária caso seja necessário um ajuste" nas medidas de proteção.
Tanto Petro quanto sua fórmula de vice-presidente, Francia Márquez, exigiram "garantias" para seu exercício político. Márquez, um reconhecido líder ambientalista, denunciou em abril ter recebido três ameaças, a última assinada pelos "Águias Negras", um suposto grupo paramilitar não reconhecido pelo Estado e sem membros visíveis que costuma assinar panfletos intimidadores contra líderes sociais e políticos de esquerda.
Na Colômbia, vários candidatos presidenciais foram assassinados no passado. Entre eles, o político liberal Luis Carlos Galán em 1989, quando se preparava para ser chefe de Estado e foi reconhecido por sua oposição aos narcotraficantes da época, como o capo Pablo Escobar.