Estadão

Colômbia compra caças Rafale após chegada de jatos Gripen ao Brasil

O próximo caça supersônico da Colômbia será o poderoso Rafale francês. O governo do presidente Gustavo Petro confirmou na sexta-feira, em Bogotá, que abriu negociações para receber, ao longo de 10 anos, um lote de 16 aeronaves de combate na versão C, a mais avançada. O negócio é estimado em US$ 3,15 bilhões. O financiamento de longo prazo considera uma carência de cinco anos. A primeira parcela será paga em 2028.

VANTAGENS

De acordo com o ministro da Defesa, Iván Velásquez, o Rafale foi pré-selecionado por oferecer condições vantajosas de custos operacionais e valor básico de aquisição em relação aos outros dois concorrentes contemplados na seleção colombiana, o F-16 70/72 americano e o sueco Gripen E. O preço inicial de mercado do modelo é avaliado em US$ 90 milhões. A hora de voo não sai por menos de US$ 16,5 mil.

Para o primeiro lote de cinco caças, a administração da Defesa da Colômbia reservou US$ 678 milhões. Três desses aviões devem ser entregues já em 2023. Nem Velásquez nem o fabricante, a Dassault Aviation, informaram de onde virão as aeronaves contidas no curto prazo. Mas é bastante provável que sejam retiradas da frota da aviação militar da França.

FIM DE CARREIRA. Os caças vão substituir 19 jatos Kfir, israelenses, que chegam à idade-limite. Fabricados há cerca de 40 anos, foram modernizados e incorporados na Colômbia em 1989. Um oficial da força aérea lembra que as aeronaves participaram "com empenho e vigor", das ações de repressão à guerrilha das Farc, "mas chegaram ao fim da vida útil, começam agora a ser retirados do teatro de operações".

Argentina e a Venezuela também estão indo às compras no supermercado dos caças. Os argentinos querem o JF-17 Trovão, da China, e os venezuelanos ajustam com a Rússia a troca de oito de seus Sukhoi-30 pelo mesmo número de Su-35M, mais avançados.

O Rafale-C é um guerreiro provado em combate em conflitos da África, Oriente Médio e Ásia. Em setembro de 2009 o Rafale foi o escolhido do Brasil no projeto FX-2, para a seleção de um novo caça de superioridade para a Força Aérea. Durou pouco. A decisão anunciada em um curto comunicado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva – depois de uma visita de menos de 24 horas do presidente francês Nicolas Sarkozy -, dava como abertas as discussões do contrato de compra de 36 aviões por € 4 bilhões.

Sarkozy tinha vindo ao País como convidado de honra de Lula para as comemorações do 7 de Setembro. O anúncio, fora das regras do FX-2, surpreendeu os outros dois finalistas, o F-18 da Boeing americana e o Gripen, da Saab, sueca.

O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim recolocou as coisas no lugar, evitando uma contestação jurídica. O negócio não prosperou. Em 2013, a então presidente Dilma Rousseff escolheu a proposta da Suécia, "com ampla transferência de tecnologia". Os primeiros F-39 Gripen operacionais foram recebidos no dia 19, no 1° Grupo de Defesa Aérea (GDA) na base de Anápolis.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?