O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram na quarta-feira um acordo chave que prepara o terreno para pôr fim ao conflito bélico mais longo da América Latina.
Em um anúncio histórico, o mandatário e os rebeldes, encabeçados pelo seu líder máximo, Timoleón Jiménez, o Timochenko, anunciaram um acordo transcendental para reparar às vítimas de um conflito de mais de 50 anos. O plano prevê ainda a submissão a julgamento de guerrilheiros e militares que cometeram delitos de guerra.
“Vamos conseguir o máximo de justiça para as vítimas e não haverá impunidade”, disse Santos. “Com Timochenko, acordamos que, no mais tardar em seis meses, deve se concluir esta negociação.”
O acordo inclui a reparação das vítimas, o castigo para os atores implicados no conflito, a criação de uma Comissão da Verdade que investigue os delitos cometidos e de uma jurisdição especial para a paz, que investigará crimes cometidos e sancionará suas responsabilidades.
Além disso, ficou acertado que não vai haver anistia para os autores de crimes contra a humanidade.
O anúncio foi feito em Havana, onde representantes do governo e da guerrilha mantém negociações há quase três anos.
Antes mesmo de os detalhes do acordo se tornarem conhecidos, os críticos conservadores colombianos atacaram o que eles disseram ser “indulgência excessiva” por parte de Santos.
“Santos, não é a paz que está próxima. É a rendição às Farc e à tirania da Venezuela”, escreveu o ex-presidente Alvaro Uribe no Twitter. “Sem a prisão dos comandantes, haverá um acordo em Havana, mas também uma receita para mais violência na Colômbia.” Fonte: Associated Press.