Colombianos vão às urnas neste domingo referendar um projeto de lei que traz uma lista de medidas para combater a corrupção em um País onde a percepção que se tem é que os cartéis e grupos paramilitares ligados ao tráfico de drogas estão sendo rapidamente substituídos por servidores públicos que ocupam altos postos de poder.
Entre outras medidas, o projeto corta em 40% os salários de membros do Congresso e torna o gasto público mais eficiente e transparente.
Embora concordem com o sentido do projeto, parte da opinião pública, no entanto, acredita que este não é o melhor caminho para fazê-lo.
O referendo, por exemplo, tem sido boicotado por membros do Judiciário local, que temem cortes salariais na categoria. Na Colômbia, o salário do topo do Judiciário é igual ao dos congressistas.
“Nós já temos várias leis anticorrupção”, disse Hermens Lara, um juiz de Bogotá e diretor do Conselho de Juízes e Magistrados da Colômbia. “O problema é implementá-las.”
Ao todo, serão feitas sete questões no referendo deste domingo, incluindo penas mais duras para autoridades condenadas por corrupção e redução do tempo de mandato no Congresso. Atualmente, os senadores colombianos recebem cerca de US$ 124 mil por ano, mais do que seus colegas em países como Holanda, Suécia e França.
“Algumas dessas propostas têm nenhum impacto sobre a corrupção”, disse Marcela Anzola, consultora do Banco de Desenvolvimento Interamericano. Apesar disso, ela acredita que a aprovação das medidas pode fortalecer o combate à corrupção no país e enviar uma forte mensagem aos políticos. Fonte: Associated Press.