Nesta quarta-feira, 24, o Instituto Nacional de Saúde (INS) da Colômbia relatou o primeiro caso de microcefalia provavelmente associado ao vírus, em uma clínica da cidade de Popayán, no sudoeste do país. Ali, uma jovem de 18 anos fez um aborto com 28 semanas de gestação depois que os médicos comprovaram que o feto tinha “anomalia congênita incompatível com a vida” – nesses casos, a lei local permite à mulher abortar.
A mulher que fez o aborto estava sob supervisão médica por antecedente de infecção por zika e dentro do processo de atendimento foi feita a coleta da amostra de líquido amniótico, que deu positivo para a transmissão do vírus da mãe para o filho, disse em comunicado a diretora do INS, Martha Ospina. Ela afirmou ainda que em outros acompanhamentos já foi detectada a transmissão do vírus de mães para filhos, mas até agora os bebês estão saudáveis.
No Rio, onde visitou a Fiocruz, Margaret Chan destacou que, antes do Brasil, a Micronésia e a Polinésia Francesa também identificaram casos de microcefalia, depois do surto de zika. Segundo ela, mais de 40 países notificaram a OMS sobre surtos de zika e pelo menos 113 têm a presença do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da doença e “um inimigo formidável”.
Margaret Chan defendeu que os governos deem todas “as informações e meios” para que as mulheres se protejam e possam tomar a decisão sobre ter filhos ou não. “Todo governo tem responsabilidade de passar as informações para as mulheres e suas famílias para que, em posse dessa informação, decidam se querem ou não adiar a decisão de engravidar.” Ela ainda prometeu buscar apoio mundial no combate à doença. Ela deve ir aos Estados Unidos para pedir auxílio de colaboradores.