Iniciada nesta segunda-feira com manifestação na praça Getúlio Vargas, a greve das cozinheiras das escolas municipais começou com 70% de adesão da classe. Novo protesto deve ocorrer na manhã desta terça-feira, agora em frente ao Paço Municipal.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal (Stap), Jair de Souza Lima, até o fim do dia de ontem a Prefeitura não havia se pronunciado. Ele aponta que mais de 350 cozinheiras estiveram na concentração na praça.
A greve foi aprovada pela classe pela falta de posicionamento da Prefeitura quanto ao reajuste salarial de R$ 1.039 para R$ 1.378, além de insalubridade para todas as trabalhadoras e inclusão no plano de carreira da Educação. O desvio de funções também influenciou para a votação da paralisação.
Embora as secretarias da Educação e de Administração e Modernização tenham alegado que os alunos não ficaram sem merenda, mesmo com a forte adesão da classe à greve, centenas de crianças matriculadas em escolas municipais não receberam a alimentação de costume. Normalmente, as crianças recebem café da manhã, almoço, café da tarde e jantar, de acordo com o horário de aula.
"Nós somos peça importante na Educação, por isso também merecemos o adicional de difícil acesso, oferecidos aos professores, além do reajuste conforme o salário das cozinheiras da Proguaru, de R$ 1.378", diz Darci Ripa, 45 anos, cozinheira.
Crianças comem só bolacha
Na escola Padre Manoel de Paiva, na Vila Galvão, os alunos comeram apenas bolachas salgada e doce, sem acompanhamento de suco ou leite com achocolatado. Os biscoitos estariam sendo entregues por funcionários da direção.
O presidente do Stap informou que há boatos de que funcionários da Proguaru e de outras funções na Prefeitura estariam preparando os alimentos. "Isso não pode ocorrer, pois pode ser perigoso. Do contrário, vamos acionar a administração na justiça", frisa Jair. A Educação informou que as cozinheiras que estavam em funções administrativas foram realocadas para suprir a demanda.
Já o presidente da Comissão Permanente de Negociação (CPN) e secretário de Administração e Modernização, Marco Arroyo, alega que as negociações com a Prefeitura só serão retomadas com o encerramento da paralisação e que os dias não trabalhados serão descontados. (DA)