Sem alarde, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atuou na tarde desta quinta-feira, 17, para aprovar um requerimento que determina uma auditoria do Tribunal de Contas de União (TCU) em sete decretos assinados pelo vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) para abertura de crédito ao Orçamento. O caso pode dar subsídio para um pedido de impeachment contra Temer, pois a peça que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo lista decretos com a mesma característica – isso porque ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O caso dos decretos de Temer foram revelados por uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo no último dia 8. O requerimento de auditoria contra o vice foi apresentado pelo líder da minoria, Alvaro Dias (PSDB-PR). Ao ler o texto do pedido em plenário, Renan deixou de dizer claramente que a auditoria se dará sobre decretos assinados pelo vice. O presidente do Senado leu o pedido do Alvaro Dias sem detalhar a sua justificativa onde consta o nome de Temer. Em seguida, colocou em votação simbólica. Nenhum senador se posicionou contra e o pedido foi aprovado.
A ação de Renan é um ataque a Temer, que tem se movimentado nos bastidores para assumir o lugar de Dilma Rousseff. Nesta quarta-feira, 16, o senador e Temer entraram em conflito público, depois que o vice fez aprovar na Executiva Nacional do PMDB uma resolução para proibir novas filiações ao partido. O presidente do Senado chegou a criticar publicamente Temer, afirmando que “o PMDB não tinha dono”. Por meio de nota, Temer rebateu que o partido não tem dono “nem coronel”.