Não só de aces e troféus vive Roger Federer. Com domínio indiscutível em quadra, o tenista suíço brilha também fora do circuito profissional ao colecionar amigos influentes no mundo dos negócios, entre as celebridades e até dentro da família real britânica. Sua importância fora do tênis pôde ser medida no final de fevereiro, quando conquistou mais dois prêmios Laureus e se tornou o maior vencedor da história do “Oscar do Esporte”. Assim, ele vem fazendo sucesso em suas investidas pessoais, como a Roger Federer Foundation e a Laver Cup, já de olho na aposentadoria.
Maior aposta do tenista nos últimos anos, a Laver Cup é fruto direto do seu bom relacionamento com o mundo dos negócios. Não por acaso cinco dos seus patrocinadores pessoais apoiam também o torneio-exibição que fez sucesso em 2017 e terá a sua segunda edição em setembro. No ano passado, Roger Federer protagonizou momento histórico ao formar duplas com o eterno rival Rafael Nadal na competição. Eles venceram, claro.
Vitória maior foi a de Roger Federer ao realizar o grande evento, graças à amizade com o brasileiro Jorge Paulo Lemann, seu parceiro e sócio na Laver Cup. Não é de hoje o relacionamento com o 29.º homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes. Fã de Federer, o brasileiro já jogou tênis e defendeu tanto o Brasil quanto a Suíça na Copa Davis. Hoje mora em solo suíço e, de vez em quando, convida o recordista de títulos de Grand Slam para bater uma bolinha em sua casa, às margens do lago Zurique.
Nestes encontros, a paixão pelo esporte e as conversas sobre negócios dominam. E geralmente o papo conta com a presença da esposa do empresário, a suíça Susanna Lemann. A educadora integra o Conselho da Roger Federer Foundation, que é presidido pelo próprio tenista.
A família Lemann não é a única do time dos bilionários a apoiar a causa do tenista. No quesito cifras, Roger Federer tem outro peso pesado em seu círculo. É ninguém menos que o segundo homem mais rico do planeta. Bill Gates até formou dupla em quadra com o suíço em jogo-exibição em março para arrecadar recursos para a fundação do tenista. Estima-se em R$ 8 milhões o valor que será direcionado para projetos sociais com crianças na Suíça e em seis países africanos.
O sucesso de público e audiência – cerca de 15 mil pessoas assistiram aos jogos “in loco” – foi garantido também pela presença da popular apresentadora de TV dos Estados Unidos Savannah Guthri. Antes dos jogos, fotos e vídeos mostravam as brincadeiras do carismático Roger Federer no relacionamento com o criador da Microsoft e com a jornalista.
É esta desenvoltura diante dos famosos e das câmeras (ajuda ainda o fato de falar inglês, alemão e francês) que torna Roger Federer o garoto-propaganda ideal para marcas, principalmente as de luxo. “Roger Federer é respeitado e admirado ao redor do globo por suas conquistas incríveis no esporte e também por sua simpatia”, admitiu, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Aron Schneider, porta-voz da fabricante de chocolates Lindt.
E não são só as empresas que querem se aproximar do tenista bem-sucedido. Em seu círculo de amigos, há celebridades como o ator Bradley Cooper e o músico inglês Gavin Rossdale, ex-vocalista da banda Bush. Roger Federer e a esposa Mirka costumavam sair juntos com Rossdale e então esposa Gwen Stefani, vocalista da banda No Doubt (o casal se separou em 2016).
Quando não está em quadra ou com a família, o suíço pode ser visto na primeira fila de badalados desfiles de moda, na companhia de Anna Wintour. A influente editora da revista Vogue, que teria inspirado o filme O Diabo Veste Prada, é figura frequente ao lado da família Federer nos principais torneios do mundo. “Foi ela que me ensinou a escolher o que me caía bem”, disse o tenista, que virou referência em elegância fora das quadras.
Em Londres, onde costuma fazer sucesso em Wimbledon, Roger Federer virou amigo de membros da família real. A aproximação aconteceu através de Pippa Middleton, irmã de Kate Middleton, esposa do príncipe William. O tenista e sua mulher estiveram no casamento de Pippa, em maio do ano passado. Em novembro, levaram os filhos para uma visita ao próprio William no Palácio de Kensington.
Com estes amigos famosos, o tenista passou a virar notícia também fora do mundo esportivo e entrou na esfera das celebridades. Ainda em 2007, esteve na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time. Em 2016, foi eleito o atleta com o maior potencial de venda e marketing pela London School of Marketing. Não por acaso ganhou mais um patrocinador no fim do ano passado.
Tornou-se, assim, o atleta que mais ganhou dinheiro com patrocínios no mundo em 2017, segundo a Forbes. Foram US$ 58 milhões (R$ 197 milhões), superando LeBron James. No geral, contando ainda premiações e salários, o suíço foi o quarto esportista mais bem pago do ano passado, com US$ 64 milhões (R$ 217 milhões). Nesta toada, a fortuna do suíço já é avaliada em US$ 400 milhões – R$ 1,3 bilhão. Game, set e match para Federer.