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Com aumento de reclamações, Uber precisa ser regulamentado

Neste mês, alguns veículos de comunicação noticiaram que os carros que transportam passageiros com o uso de aplicativos, tipo Uber, ganharam um espaço no Aeroporto Internacional de Guarulhos, para pegar os clientes, tipo um ponto de encontro. Este fato, ao contrário do que muita gente pensa, revela que esse sistema, que vende a falsa ideia de modernidade e economia, nada mais é que uma tentativa malsucedida de criar um clone dos táxis, esses sim comprometidos com serviços de qualidade, que incluem segurança, conforto e economia para a população.
 
Tanto é assim que capitais de países do chamado Primeiro Mundo, como a Inglaterra, estão proibindo o uso do Uber, por considerar que a empresa não tem responsabilidade corporativa. A agência que regula o serviço por lá considerou que há sérios problemas em relação à segurança e de proteção pública, já que foram constatados delitos criminais graves, principalmente na maneira como eram obtidos atestados médicos e antecedentes criminais. Mas não podemos comparar a situação de uma cidade como Londres com Guarulhos, já que existem grandes diferenças tanto culturais como econômicas.
 
Porém, é possível saber que as regras por lá sempre foram muito rígidas, bem diferente do que ocorro no Brasil, onde ainda não existe qualquer regulamentação para a prestação deste serviço que coloca sim os passageiros a riscos, expondo-os a muitos motoristas completamente despreparados para o atendimento público. Por isso, associações ligadas aos táxis, como a Abracomtaxi (Associação Brasileira da Cooperativas de Táxis) vem alertando sistematicamente as autoridades sobre a necessidade da urgente regulamentação, a fim de que todos tenham direitos, mas também deveres.
 
Diferente do que faz querer aparecer, com altíssimos investimentos na grande mídia, o Uber vem desagradando os clientes, o que pode ser atestado no número de reclamações contra os serviços que podem ser verificadas tanto nas mídias sociais como em sites especializados, como o “Reclame Aqui”, onde – neste mês de setembro – já conta com 66 mil registros de usuários insatisfeitos, seja com a cobrança, com o serviço prestados e até denúncias bastante graves de violência, como casos de estupro praticados por esses motoristas, que podem sair por aí dirigindo sem qualquer preparo.
 
Mais uma vez, urge que as pessoas de bem ajam de forma rápida para que os serviços de transportes de passageiros, os clones mal feitos dos taxistas, sejam regulamentados. Isso vale tanto para Guarulhos, cujo projeto deve tramitar pela Câmara Municipal, como em todas as demais cidades do Brasil.
 
 
 
Edmilson Americano é presidente da Guarucoop (Coooperativa de Rádio Táxi do Aeroporto de Guarulhos), da Abracomtaxi (Associação Brasileira das Cooperativas de Rádio Taxi) e ex-vereador de Guarulhos. 

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