A seleção brasileira entra em campo nesta quinta-feira contra o Equador, em Quito, pela 15.ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo, mas o pensamento do técnico Tite está mesmo no Catar. Nesta quarta, em sua entrevista coletiva de véspera de jogos, ele revelou que fará mudanças na escalação entre uma partida e outra nesta reta final do torneio qualificatório, que já serve de preparação para o Mundial.
"Sim, podemos esperar mudanças de um jogo para o outro. A média nossa, nesses 13 jogos, são quatro substituições por jogo. Tenho dito aos jogadores que esses que entram vão estar decidindo a partida porque vão estar em momento crucial. Então essa é a preparação, senão dos que iniciam, mas de deixar todos preparados para aquilo que tem que fazer. Principalmente no aspecto organizacional, depois é o talento. Ele com a bola, na qualidade do passe, da verticalidade, do um contra um, da finalização. De um jogo para o outro vou mudar, mas não externando de forma pública", comentou.
Para o jogo contra o Equador, Tite confirmou que levará a campo o mesmo ataque que enfrentou a Argentina, em novembro do ano passado – empate sem gols, em San Juan -, com Raphinha, Matheus Cunha e Vinicius Junior.
"O tripé da frente, dos homens de lado, como a equipe se moldou e se adaptou bem, vai ser mantido sim. Com Vinicius, Raphinha, Cunha e a gente ter essas amostragens, essa sequência que vai se mostrando. Do meio para trás, a estrutura e o posicionamento ele se mantém. Do meio para a frente ele está se mostrando. Não consigo ver sobre ideia de futebol, dois atacantes centrais, dois volantes fixos e uma lacuna no meio onde pode ter articulador, um pensador. Não consigo conceber futebol assim", declarou.
Tite falou ainda sobre o planejamento da seleção sem Neymar, que se recupera de uma lesão no tornozelo e não foi convocado. "Claro que a gente quer sempre ter Neymar, mas por vezes as situações não ocorrem dessa forma, então o fortalecimento da equipe é sempre o marco mais forte. A equipe é sempre a direção maior, o objetivo maior, a responsabilidade maior. Até porque a equipe carrega e as individualidades acabam acontecendo. Você falou em relação ao (Philippe) Coutinho, ele é jogador da função e acredito na qualidade dele, falando isso para o nicho futebol. Falando de maneira mais ampla, do espectro social, humano, eu sei todo lado humano de investimento dele, desafiador, de recuperar da lesão. É esse o sentido. De termos esses três da frente, sim, porque fizeram grande jogo e devo dar essa continuidade. Como vai ser depois, não sei, vamos deixar o campo falar. Mas a importância, para nós, é da essência", comentou.
O técnico não esconde que, mesmo com a seleção já classificada para o Mundial, a cada jogo a ansiedade é a mesma. "A sensação, a emoção, eu achei que ia estar um pouco mais light, mas não. As mesmas emoções, ansiedades, a possibilidade de dar atleta a condição de fazer o seu melhor, estrategicamente estar preparado para o jogo, continuo com a mesma pressão, te confesso", afirmou.
O Brasil tende a atuar contra o Equador com: Alisson; Emerson, Éder Militão, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Philippe Coutinho; Raphinha, Matheus Cunha e Vinicius Júnior. O meia Lucas Paquetá e o volante Fabinho estão suspensos por terem levado o segundo cartão amarelo contra a Argentina e poderão voltar contra o Paraguai, na próxima terça-feira, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.
A seleção brasileira é a líder das Eliminatórias de forma invicta, com 35 pontos. O Equador ocupa o terceiro lugar, com 23, e ainda busca a sua classificação ao Mundial do Catar.