Com giro reduzido nesta abertura de semana, o Ibovespa acentuou ganhos em direção ao fechamento do dia e retomou a linha dos 117 mil pontos, vindo de baixas em torno de 1% nas duas sessões anteriores. Hoje, com foco em medidas de estímulo anunciadas na China, a referência da B3 oscilou dos 115.835,71, mínima semelhante à abertura (115.838,36), até os 117.252,99 (+1,22%), da máxima no fim da tarde, com giro a R$ 17,6 bilhões no fechamento.
Assim, o índice encerrou em alta de 1,11%, aos 117.120,98 pontos, ainda cedendo 3,95% no mês, que termina na quinta-feira. No ano, com a retração de agosto – que, caso venha a se confirmar, será o primeiro recuo mensal desde a queda de 2,91% em março -, o índice limita a alta acumulada em 2023 a 6,73%.
"O mercado acompanhou o noticiário sobre medidas de estímulo na China, o que apoia o cenário para commodities, em alta hoje", diz Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos. "O exterior foi o principal driver para a alta do Ibovespa na sessão, mas também contribuíram, no boletim Focus desta segunda-feira, projeções melhores para o PIB", acrescenta.
Na B3, o dia foi também de recuperação para as ações do setor financeiro, com ganhos nas de grandes bancos que chegaram a 3,39% (Itaú PN) e a 3,24% (Bradesco PN) no fechamento da sessão – no mês, as perdas no segmento ainda chegam a 9,23% (Bradesco ON), entre as maiores instituições, à exceção de BB (com a ON em avanço de 1,71% neste agosto).
No setor de commodities, destaque nesta segunda-feira para Vale (ON +1,43%), que ainda acumula perda de 6,64% em agosto. Petrobras ON e PN subiram hoje, respectivamente, 1,03% e 1,13%. Na ponta do Ibovespa na sessão, Minerva (+4,21%), Marfrig (+3,54%) e Itaú (+3,39%), com Pão de Açúcar (-6,78%), Via (-6,45%) e Méliuz (-4,28%) no lado oposto.
No exterior, a agenda da semana reserva leitura de julho sobre o PCE, métrica de inflação ao consumidor nos Estados Unidos acompanhada de perto pelo Federal Reserve, na quinta-feira, e no dia seguinte, sexta, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano, o payroll de agosto. Nesta segunda-feira, os mercados iniciaram o dia em tom favorável, após ter havido, na sexta, alguma volatilidade em torno das observações do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, observa em nota a Guide Investimentos.
Hoje, desde cedo, prevaleceu o bom humor após as medidas anunciadas na China, que resultaram em ganhos na casa de 1%, na sessão, nas principais praças da Ásia e Europa que tiveram negócios nesta segunda-feira, com feriado em Londres nesta abertura de semana, o que limitou a liquidez no continente. "Na China, o governo anunciou uma redução da taxa cobrada em negociações de ações, impulsionando os índices asiáticos", aponta a Guide.
Aqui, o Ibovespa abriu hoje de forma um pouco mais "lateral", mas "deu uma puxada forte" no fim do dia, enquanto o dólar oscilava em torno de R$ 4,87, "à beira da estabilidade" no fechamento da sessão, diz Gabriela Sporch, analista da Toro Investimentos. Com poucos "drivers" disponíveis nesta abertura de semana, os negócios tendem a ganhar dinamismo à medida que a agenda progredir, acrescenta a analista.
Com o mercado ainda atento à situação fiscal, os investidores tomaram nota, perto do fim da sessão, do anúncio feito pelo governo de que editará, ainda hoje, Medida Provisória para tributar fundos exclusivos – a previsão é de que venha a arrecadar R$ 24 bilhões entre 2023 e 2026.