Com o acordo de cooperação com o SPC Brasil, o Banco Central terá acesso a informações sobre cerca de 50 milhões de operações mensais entre pessoas físicas e varejistas. Esse universo de dados que mostra, por exemplo, que há 60 milhões de brasileiros com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e que 22% dos consumidores que tentaram parcelar as compras no comércio tiveram crédito negado em janeiro. Os dados devem ajudar o BC a direcionar as ações para a educação financeira.
A parceria firmada nesta terça-feira, 6, fará com que o BC tenha acesso pela primeira vez a todos os financiamentos concedidos através de carnê ou crediário próprio que não passam por nenhuma instituição financeira. É o famoso crédito próprio do comércio. Também estão nesse banco de dados as transações em cartão de crédito de loja que funcionam independentemente de bancos ou outros emissores.
“Esse banco de dados é muito importante especialmente nas cidades com menos de 200 mil habitantes. Temos detalhes, como volume de operações, inadimplência, local de concessão e valor médio”, disse o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. A maioria dos dados é de crédito direto concedido pelo varejista ao cliente, mas também há operação entre varejista e fornecedor.
Pellizzaro Junior diz que essas operações têm perfil um pouco diferente do crédito ao consumo concedido pelas instituições financeiras. O prazo médio dessas operações, por exemplo, costuma ser mais curto que o observado nos bancos e financeiras.