O dólar à vista no balcão devolveu nesta Quinta-feira, 2, toda a alta ante o real registrada na sessão anterior e encerrou no balcão abaixo de R$ 3,10. Do mesmo modo que ontem dados do mercado de trabalho nos EUA impulsionaram a moeda, hoje o payroll mais fraco do que o esperado puxou a queda do dólar ante várias divisas. Fechou na mínima de R$ 3,0980 (-1,46%). O volume financeiro era de US$ 972 milhões, perto das 16h30. O dólar para agosto, às 16h31, estava em R$ 3,131 (-1,65%).
A moeda começou o dia em alta, dando sequência à trajetória de ontem, mas o avanço logo perdeu força, tanto que a máxima coincidiu com o preço de abertura, R$ 3,1550 (+0,35%), com o mercado digerindo dados acima do previsto da produção industrial e, naquele momento, declarações de membros do Banco Central, que reforçaram o compromisso em colocar a inflação no centro da meta de 4,5% em 2016. Ou seja, mais aperto na Selic, o que deve atrair mais fluxo para o País. A produção industrial subiu 0,6% em maio ante abril, acima do teto das estimativas coletadas pelo AE Projeções (+0,50%).
Ainda na primeira hora de negócios, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que foram criadas 223 mil vagas em junho, ante 233 mil postos esperados pelos analistas, o que levou a moeda a zerar os ganhos e a operar em queda, em linha com o que acontecia também no exterior.
Ontem, a informação da pesquisa ADP, de que o setor privado dos EUA havia criado 237 mil empregos em junho, maior volume desde dezembro, e acima da previsão dos analistas de 220 mil, criou uma expectativa otimista para o payroll, que não se concretizou. À tarde, o dólar reforçou o declínio, com os investidores ampliando o movimento de realização de lucros.
O dólar em baixa ajudou a aliviar a curva de juros futuros, mas as taxas já abriram em queda refletindo os discursos do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na noite de ontem, e do diretor de Política Econômica da instituição, Luiz Awazu Pereira, nesta Quinta-feira.
As declarações mostraram otimismo da autoridade monetária sobre efeitos já percebidos da alta da Selic nas projeções de inflação de médio e longo prazos pelos agentes econômicos. Em linha com o dólar, as taxas também renovaram as mínimas na etapa vespertina.