Em meio a mais de 140 atletas brasileiros espalhados pelas bases exclusivas do Time Brasil no Japão, o cavaleiro João Victor Marcari Oliva teve a honra de ser o primeiro atleta do país a entrar na Vila Olímpica dos Jogos de Tóquio-2020, na noite de quinta-feira. Aos 25 anos, pronto para sua segunda edição olímpica no hipismo adestramento, ele ainda não teve muito tempo para conhecer a casa dos atletas na capital japonesa.
Assim que acordou, nesta sexta-feira, ele tomou um rápido café da manhã e já saiu para se encontrar com seu cavalo, Escorial Horsecampline, e iniciar a ambientação do animal ao clima e ao local da competição. "Tenho que manter a rotina de treinamento como se estivesse em casa, começando gradativamente, porque os cavalos vieram de uma viagem longa. Então é tentar adaptar o cavalo da melhor forma até o dia da prova para ele não chegar nem cansado nem sobrando energia", disse João Victor.
"Eu gostei muito da Vila do Rio-2016, mas essa aqui também é muito bonita. Depois do treino, vou dar uma volta para conhecer melhor", completou o cavaleiro.
Apesar de morar em Portugal, João Victor partiu da Alemanha rumo ao Japão, já que seu cavalo cumpriu quarentena em Aachen. "O meu cavalo é um garanhão, tem muita energia, mas está sempre disponível, está sempre a favor, por isso tem muita qualidade", completou o paulista.
A competição de adestramento em Tóquio acontecerá no próximo dia 24. Os 18 conjuntos mais bem colocados na primeira fase passarão para a final, que acontecerá no dia 29. Uma das metas de João Victor é superar a melhor nota já obtida por um brasileiro no adestramento em Jogos Olímpicos, 68.071%, que ele mesmo atingiu no Rio-2016.
"A minha competição é comigo mesmo. Eu não entro em disputa com ninguém porque me apresento só eu e meu cavalo. Então quero fazer a melhor apresentação possível e melhorar a minha nota. Esse é o meu objetivo", disse o cavaleiro, que compete desde os 12 anos.
João Victor é filho de Hortência Marcari, campeã mundial de basquete em 1994 e medalhista de prata em Atlanta-1996. A mãe, que conhece bem os caminhos do pódio olímpico, voltou a dar dicas para o filho, mas desta vez levou em consideração a experiência adquirida cinco anos atrás. "Ela falou mais antes dos Jogos do Rio, na minha estreia, quando ela não queria que eu me deslumbrasse achando que estava indo para um parque de diversão", relembrou o cavaleiro.
"Mas é claro que dessa vez ela me deu uns toques de mãe e de ex-atleta, como o que fazer para não perder o foco e comer bem. Ela sempre me passa coisas boas", disse o primeiro atleta brasileiro na Vila Olímpica.
Nesta sexta-feira também entrarão Lucas Verthein, do remo, e Ane Marcelle e Marcus Vinícius DAlmeida, do tiro com arco, na Vila Olímpica. No sábado será a vez de atletas da esgrima, do badminton, do tiro esportivo e da ginástica artística masculina.