O Corinthians continua sofrendo com a inoperância de seu sistema ofensivo. Neste domingo, não saiu do 0 a 0 com o Bahia, em Salvador, numa partida em que, após um primeiro tempo ruim, criou várias chances de gol na etapa final, mas não teve competência para marcar. Mesmo mal que ao menos somou um pontinho, depois de ter perdido as quatro partidas anteriores na casa do rival baiano. O time chegou a cinco pontos no Campeonato Brasileiro e na quarta-feira recebe o Sport. O Bahia soma oito pontos.
Corinthians e Bahia fizeram um tempo bastante morno. As duas equipes pecaram pela falta de criatividade e, sobretudo, por não serem objetivos. Durante a etapa, por várias vezes foi possível observar um time tocando a bola de um lado para o outro, trocando passes na defesa ou do meio-campo, sem tentar a penetração.
Sylvinho está conseguindo deixar o Corinthians mais compacto em campo, mas não resolve a inoperância ao atacar, muito por falta de bons jogadores. O time tem como principal jogada ofensiva as investidas pelo lado direito. Mas, neste domingo, sem Gustavo Mosquito – liberado por causa da morte de seu pai por covid-19 -, não teve um jogador que teve profundidade às jogadas. Ramiro até tentou fazer esse papel, sem sucesso.
No lado esquerdo, Mateus Vital foi pouco acionado. E as infiltrações de Roni ou Gabriel pelo meio também não ocorreram com constância.
O Bahia até tentou jogar pelos lados. No direito, porém, Rossi estava apagado e o lateral Renan Guedes quase não apareceu. No esquerdo, os avanços de Matheus Bahia não davam resultado. As jogadas pelo meio, com Rodriguinho e Daniel, também não acrescentaram nada, pois a defesa do Corinthians estava muito bem posicionada.
Dentro desse panorama, os dois centroavantes, Gilbert e Jô, foram figuras decorativas na etapa. E os goleiros Cássio e Matheus Teixeira praticamente não trabalharam.
O goleiro do Bahia só apareceu ao defender um chute fraco de Gabriel, aos 9 minutos, e ao se assustar com um chute de Mateus Vital, aos 16, em que a bola bateu do lado de fora da rede. Cássio nem isso, pois na única chance real do Bahia, Juninho cabeceou para fora.
Diante de um primeiro tempo tão pobre, o chute de Fagner aos 30 segundos da etapa final, que saiu desviado a escanteio, deu esperança de melhora da partida. Mesmo porque os dois treinadores pediram a seus times mais velocidade e um jogo mais agressivo.
De fato, o confronto ficou mais movimentado, mais vibrante, e o Corinthians cresceu. Com mais volume de jogo, criou chance com Gil de cabeça, aos 4 (a bola foi para fora), com Mateus Vital, aos 9 (chutou por cima do gol) e, com Ramiro, novamente de cabeça, aos 11 (Matheus Teixeira evitou o gol com grande defesa).
A partir daí, o Bahia voltou a equilibrar a partida. Adiantou o time e passou a incomodar a defesa corintiana. Aos 17, Gilberto escorou de cabeça uma falta cobrada da intermediária e errou o alvo por pouco.
Mas o Corinthians continuava criando chances. Aos 21, após um cruzamento rasteiro de Fagner, Jô só não marcou porque Renan Guedes conseguiu desviar a bola, na pequena área, no momento em que o centroavante ia finalizar. Vitinho, que havia substituído Roni, finalizou para fora aos 26. No lance, o juiz Bruno Arleu de Araújo foi chamado pelo VAR para verificar um possível toque que teria desequilibrado o meia corintiano antes de chutar, mas considerou o lance normal.
Mas a última grande oportunidade de gol da partida foi do Bahia. Aos 44 minutos, Thonny Anderson recebeu na área, girou e bateu forte. Cássio, então trabalhou. Fez grande defesa e evitou a derrota corintiana.
FICHA TÉCNICA:
BAHIA 0 x 0 CORINTHIANS
BAHIA – Matheus Teixeira; Renan Guedes, Conti, Juninho e Matheus Bahia; Patrick de Luca (Jonas), Thaciano (Thonny Anderson), Daniel e Rodriguinho; Rossi (Maycon Douglas) e Gilberto (Oscar Ruiz). Técnico: Dado Cavalcanti.
CORINTHIANS – Cássio; Fagner, João Victor, Gil e Fábio Santos; Cantillo, Gabriel, Roni (Vitinho), Ramiro (Adson) e Mateus Vital (Araos); Jô (Cauê). Técnico: Sylvinho.
CARTÕES AMARELOS – Roni, Gabriel, Matheus Bahia, Ramiro.
ÁRBITRO – Bruno Arleu de Araújo (RJ).
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio de Pituaçu, em Salvador (BA).