Com uma dose de drama – e também de sorte – Lewis Hamilton conquistou mais uma vitória na temporada da Fórmula 1. O hexacampeão mundial teve o pneu furado na última volta do circuito de Silverstone, se arrastou nas curvas finais, mas conseguiu segurar a ponta e vencer o GP da Inglaterra neste domingo.
Hamilton fechou a prova em 1h28min01s283, pouco mais que cinco segundos mais rápido em relação a Max Verstappen, que cruzou a linha de chegada na segunda posição. O holandês da Red Bull fez uma parada a mais nos boxes para colocar pneus macios a fim de conseguir fazer a volta mais rápida e, por consequência, garantir um ponto extra.
A estratégia deu certo e Verstappen assegurou a volta mais rápida. No entanto, se a parada não tivesse acontecido, ele teria tempo para aproveitar o pneu furado do Hamilton, ultrapassar o rival e venceria a prova. Charles Leclerc mais uma vez superou as complicações de seu carro da Ferrari e completou o pódio.
"O pneu furou na reta e o meu coração foi parar na boca. Eu só rezava para conseguir chegar. Eu estava tranquilo no final. Bono (engenheiro da Mercedes) estava me dando informações (sobre Max Verstappen). Eu realmente nunca passei por algo assim na última volta", destacou Hamilton.
Com a 87ª vitória na Fórmula 1, Hamilton ficou a apenas quatro de igualar o recorde do alemão Michael Schumacher. O piloto da Mercedes lidera o campeonato com 88 pontos, 30 a mais que seu companheiro Valtteri Bottas. Na atual temporada, foi o terceiro triunfo do britânico em quatro corridas.
O pneu do carro de Bottas também furou, mas não na "hora certa", como o do companheiro de Mercedes. Assim, o finlandês, que passou boa parte da prova no segundo lugar, foi obrigado a fazer um pit stop extra e acabou terminando a corrida na 11ª colocação, fora, portanto, da zona de pontuação.
A Renault colocou seus carros na quarta e sexta posições, com o australiano Daniel Ricciardo à frente do francês Esteban Ocon. O jovem britânico Lando Norris, da McLaren, ficou entre eles, no quinto posto. O francês Pierre Gasly, da AlphaTauri, foi o sétimo. Atrás dele vieram o tailandês Alexander Albon, da Red Bull, e o canadense Lance Stroll, da Racing Point. O alemão Sebastian Vettel teve dificuldades mais uma vez com sua Ferrari e terminou em décimo.
Chamado às pressas pela Racing Point para substituir o mexicano Sergio Pérez, diagnosticado com covid-19, Nico Hulkenberg não conseguiu sequer largar. O alemão teve um problema na unidade de potência do seu carro e não competiu. A prova também foi marcada pelo forte acidente do russo Daniil Kvyat. O piloto da AlphaTauri perdeu o controle do carro e bateu forte. Mesmo assim, saiu ileso. Irritado, porém, pelo acidente, empurrou uma câmera que o filmava.
Depois de Hamilton cobrar mais apoio da FIA e da Fórmula 1 e pedir esforço maior de outros pilotos na luta contra o racismo, a categoria organizou um protesto antirracista antes da largada neste domingo. Ainda assim, sete dos 20 pilotos escolheram não se ajoelhar.
Os pilotos voltam a acelerar no próximo fim de semana, no GP do 70.º Aniversário da Fórmula 1, novamente no circuito de Silverstone, na Inglaterra.
Confira a classificação do GP da Inglaterra:
1°) Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h28min01s283
2º) Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 5s856
3º) Charles Leclerc (ALE/Ferrari), a 18s474
4º) Daniel Ricciardo (AUS/Renault), a 19s650
5º) Lando Norris (ING/McLaren), a 22s277
6º) Esteban Ocon (FRA/Renault), a 26s937
7º) Pierre Gasly (FRA/Alphatauri), a 31s188
8º) Alexander Albon (TAI/Red Bull), a 32s670
9º) Lance Stroll (CAN/Racing Point), a 37s311
10º) Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 41s857
11º) Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 42s167
12º) George Russel (ING/Williams), a 52s004
13º) Carlos Sainz Jr. (ESP/McLaren), a 53s370
14º) Antonio Giovinazzi (ITA/Alfa Romeo), a 54s205
15º) Nicholas Latifi (CAN/Williams), a 54s549
16º) Romain Grosjean (FRA/Haas), a 55s050
17º) Kimi Raikkonen (FIN/Alfa Romeo), a uma volta
Abandonaram a prova:
Daniil Kvyat (RUS/Alphatauri)
Kevin Magnussen (DIN/Haas)
Nico Hulkenberg (ALE/Racing Point)