O Palmeiras nesta Copa Libertadores tem sido um time do apagar das luzes, do último respiro. Após ganhar na estreia em casa com um gol aos 50 minutos do segundo tempo, a equipe foi ainda mais tardia nesta quarta-feira. O gol da vitória por 3 a 2 sobre o Peñarol, no Allianz Parque, saiu aos 54 minutos da etapa final.
O herói do jogo épico foi Fabiano. O lateral está longe de ser o mais festejado pela torcida e marcou apenas o segundo gol pelo clube. O outro tem ainda mais peso histórico, pois foi o do título brasileiro do ano passado, contra a Chapecoense. Agora, o resultado positivo coloca a equipe como líder do Grupo 5 da competição, com sete pontos.
A torcida do Palmeiras aos poucos se acostuma com a tensão inerente aos jogos da Libertadores. Se na rodada anterior, contra o Jorge Wilstermann, o gol também veio nos acréscimos, diante do Peñarol viu o time perder muitos gols e novamente ter o resultado sob suspense até quase depois dos acréscimos. Pelo menos de luta, não se pode reclamar.
O técnico Eduardo Baptista repetiu pela primeira vez a formação do Palmeiras no ano. A escalação foi a mesma usada contra o Novorizontino, na última sexta-feira, mas os jogadores fizeram uma partida bem diferente, principalmente em termos de comportamento. Chegar ao gol do Peñarol significava ter de contornar a marcação, fugir das faltas e desviar de carrinhos.
Dudu era o mais capacitado para essa dura travessia. Sozinho, porém, era apenas um solitário alviverde contra pelo menos dois marcadores a cada jogada. Os uruguaios jogavam ao seu estilo, ao ganharem o máximo de tempo possível com o jogo parado e brigarem o quanto podiam nas divididas.
O preço dessa entrega saiu barato para o Peñarol no primeiro tempo. Ter recebido três cartões amarelos pelas várias faltas cometidas é quase nada diante do imenso lucro da vitória parcial. Um escanteio terminou com o gol de cabeça do zagueiro Arias, aos 31 minutos.
A desvantagem desorganizou o Palmeiras. Por pouco o Peñarol não fez 2 a 0. Fernando Prass salvou e deu a possibilidade de o intervalo e a conversa no vestiário salvarem o trágico resultado da etapa inicial.
A oportunidade bastou para o jogo mudar. O segundo tempo foi uma jornada tão diferente que em cinco minutos a história era outra. Willian empatou no primeiro minuto, Dudu virou aos cinco. Borja ainda teve um pênalti para ampliar, aos nove. O chute foi para fora.
Para conseguir essa reviravolta o Palmeiras imprimiu um ritmo forte. A equipe voltou disposta a conseguir a virada de qualquer jeito, com uma velocidade impressionante capaz de fazer o Peñarol apanhar na bola e em pouco tempo tudo o que havia batido até então.
Apesar da reação, o jogo não estava resolvido. O Peñarol continuou a ameaçar nas jogadas aéreas. Para a angústia da torcida, novamente o grito do terceiro gol ficou abafado. A defesa uruguaia tirou em cima da linha um chute de Tchê Tchê. A punição veio na sequência, quando uma falta cobrada até a área rendeu o empate aos 30 minutos, com Gastón Rodríguez.
A angústia piorou porque logo na sequência outra chance incrível foi perdida. Willian driblou o goleiro e ao finalizar, chutou no travessão. Tudo isso deixou o resultado de empate como um tremendo prejuízo, capaz de irritar e causar a expulsão de Dudu, já nos acréscimos. Sorte que para o Palmeiras, o jogo demora para acabar.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 2 PEÑAROL
PALMEIRAS – Fernando Prass; Fabiano, Mina, Edu Dracena e Zé Roberto; Felipe Melo (Thiago Santos); Willian, Tchê Tchê, Guerra (Keno) e Dudu; Borja (Michel Bastos). Técnico: Eduardo Baptista.
PEÑAROL – Guruceaga; Petryk, Quintana, Ramón Arías e Hernández; Novick (Gastón Rodríguez), Pereira, Nandez e Cristian Rodríguez; Junior Arias (Ángel Rodríguez) e Affonso (Perg). Técnico: Leonardo Ramos
GOLS – Ramon Arias, aos 31 minutos do primeiro tempo. Willian, a 1, Dudu, aos 5, Gastón Rodríguez, aos 30, Fabiano, aos 54 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Roddy Zambrano (Equador)
CARTÕES AMARELOS – Felipe Melo, Mina (Palmeiras); Pereira, Affonso, Petryk, Rodríguez (Peñarol).
CARTÃO VERMELHO – Dudu (Palmeiras).
RENDA – R$ 2.582.842,67.
PÚBLICO – 38.483 torcedores.
LOCAL – Allianz Parque, em São Paulo.