Gritos frequentes, que ecoam por todo o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, serão ouvidos durante os últimos dias na Campus Party, evento de tecnologia que termina amanhã, 05, em São Paulo. Engana-se quem pensa que o motivo é a presença de personalidades internacionais. Na verdade, são as torcidas das batalhas do campeonato de robôs. Nessas disputas, as máquinas se enfrentam em duras brigas, que terminam em explosões de óleo, máquinas destruídas e, é claro, a alegria da plateia.
“É muito divertido”, diz, empolgado, o estudante de engenharia Igor Cunha, de 20 anos. Estudante da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. Ele é o líder da equipe Troia, que comparece ao evento pela quarta vez. “Somos novos neste mundo de batalhas de robôs. Algumas equipes tem 15 anos, 20 anos. Somos novos, mas já estamos batendo de frente”, diz ele.
Apesar do entusiasmo, Cunha mostrava um semblante preocupado e ansioso durante a entrevista ao Estado. Isso porque, em cinco minutos, seu robô Pegasus entraria na arena para competir contra o robô Maroto, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais. Um vitória deixaria a equipe de Cunha a um passo do primeiro lugar na categoria “peso-pena”, cujo peso máximo é 13,6 quilos. “Estamos confiantes de que vamos conseguir vencer e avançar ainda mais nesta competição.”
No momento do embate, tensão. Enquanto o Cefet não tinha torcida, um grupo de cerca de 20 pessoas aplaudia e gritava ao ver Pegasus ser colocado na arena. Cunha não tirava os olhos do seu robô, que foi preparado durante meses por um grupo de cerca de 15 estudantes de engenharia. Rapidamente, os sinais ficaram verdes na arena e os robôs avançaram. Maroto, um pouco maior e mais lento, demorou para chegar perto de Pegasus, que se esquivou e deu um rápido empurrão no robô do Cefet.
Ao ver sua máquina acuada, o piloto de Maroto, o jovem Douglas Piva, ficou desorientado e Pegasus, sob a ordem de Cunha, fez o último movimento da luta e acabou com o rival.
A torcida da Universidade Federal de Lavras foi à loucura. “Mais uma vitória”, gritou o grupo, em uníssono. Cunha correu para abraçar sua equipe.
A final da categoria peso-pena, que irá definir se Pegasus será o vencedor, acontecerá hoje. Se isso ocorrer, a equipe Troia embolsará R$ 5 mil. Cunha diz estar preparado. “Queremos mostrar que temos capacidade nas batalhas de robôs.”
Veteranos
Mais do que o robô Maroto e a equipe do Cefet, Cunha quer mostrar que Lavras é um grande concorrente das equipes tradicionais, como a da Faculdade Politécnica da USP e a da turma de robótica do Centro Universitário FEI, que têm 15 anos de experiência nas guerras robóticas. As perspectivas são positivas.
A equipe agora estuda a melhor estratégia para vencer a competição. “Aqui é mais show do que outra coisa. São youtubers que decidem o vencedor do torneio. Existem outras competições mais sérias e que são mais importantes para nós”, diz Cunha.
De acordo com a organização, 20 equipes se enfrentam na competição, que termina hoje, 04. As batalhas acontecem na Open Campus, que tem entrada gratuita.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.