A instabilidade gerada no mercado financeiro pela crise política aberta com a delação da JBS levou o Tesouro Nacional a suspender leilões de títulos públicos previstos para esta quinta-feira, 25. Desde a semana passada, o órgão vem fazendo leilões extraordinários de compra e venda para dar parâmetros de referência de preços para o mercado. Essas operações resultaram em um resgate líquido de R$ 2,11 bilhões.
“Entendemos que é prudente o Tesouro ser cauteloso e observar como o mercado vai reagir nos próximos dias”, afirmou a coordenadora de Operações da Dívida Pública Federal, Márcia Tapajós.
Segundo os técnicos, o caixa do Tesouro está próximo do teto do chamado colchão de liquidez, ou seja, tem recursos para cobrir os próximos seis meses de vencimentos de título, o que dá flexibilidade para o órgão atuar em momentos de volatilidade. A política do Tesouro é manter em caixa recursos para cobrir de três a seis meses dos títulos que vencerão.
A avaliação do Tesouro é que a ação coordenada com o BC para reduzir a volatilidade do mercado foi “bastante eficiente” e mostra a preocupação dos órgãos em monitorar o mercado.
O Tesouro também entendeu que, apesar do nervosismo, o mercado não estava “vendedor” nos leilões extraordinários, ou seja, não queria se desfazer dos papéis brasileiros. Pelo contrário, para alguns títulos – os mais curtos e os mais longos – as propostas feitas foram apenas de compra. “Entendemos que mercado vai se ajustar em algum momento. Não observamos mercado extremamente vendedor”, acrescentou a coordenadora.
Dívida
O estoque da dívida pública federal subiu 0,32% em abril, atingindo R$ 3,244 trilhões. A variação se deveu ao impacto de juros no estoque da dívida de R$ 23,61 bilhões naquele mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.