A temporada de Novak Djokovic chegou ao fim. Nesta quarta-feira, o sérvio anunciou que não vai mais atuar em 2017, por causa de uma lesão no cotovelo direito. A decisão também fará o ex-número 1 do mundo ficar de fora do US Open, encerrando uma sequência de 51 torneios do Grand Slam disputados por ele.
“É o mais importante para mim me recuperar, para poder jogar livre de lesões pelo maior tempo possível, para competir no esporte que me deu tanto, o esporte que eu amo”, disse Djokovic, nesta quarta-feira. “É claro que eu quero voltar para a forma vencedora, para ganhar novamente, para ganhar os troféus. Mas agora não é a hora de falar sobre isso. Neste ponto, estou me concentrando na recuperação”, acrescentou.
“Essa é a decisão que eu tive que tomar nesse momento”, afirmou Djokovic, que foi campeão do US Open em 2011 e em 2015 e nunca havia ficado fora de um dos torneios do Grand Slam desde a sua primeira participação, no Aberto da Austrália de 2005, na terceira maior sequência no tênis masculino e a sétima da história.
Nesse período, o sérvio, de 30 anos, conquistou 12 títulos de Grand Slam. “A notável sequência chegou ao fim. Meu corpo tem seus limites, e eu tenho que respeitar isso e ser grato por tudo o que tenho alcançado até agora”.
Ele disse que Andre Agassi, que recentemente trabalhou informalmente com ele, será seu treinador quando retornar às quadras no próximo ano, em eventos preparatórios para o Aberto da Austrália, em janeiro. “Ele apoia minha decisão de fazer uma pausa, e será meu treinador principal. Ele vai me ajudar a voltar a forma e a me recuperar após o período de recuperação”.
A última partida de Djokovic foi no dia 12 de julho, quando ele abandonou o duelo com Tomas Berdych pelas quartas de final de Wimbledon por causa da lesão no cotovelo. Ele explicou que sentia muitas dores quando dava forehands e sacava. Naquela época, Djokovic disse que tinha problemas no cotovelo há cerca de um ano e meio e até então tinha optado por não operar. Mas admitiu que iria avaliar a possibilidade de se afastar do circuito mundial de tênis por algum tempo.
Desde que foi campeão de Roland Garros em 2016, completando o Grand Slam de carreira e também vencendo quatro Grand Slams consecutivos, Djokovic não manteve a mesma forma. Caiu do primeiro para o quarto lugar no ranking da ATP e falhou na tentativa de defender todos esses títulos, indo além das quartas de final em apenas um dos últimos cinco Grand Slams, o US Open de 2016, quando perdeu a decisão para Stan Wawrinka.
Recentemente, Roger Federer demonstrou os benefícios de uma pausa no tênis, tendo se afastado após a edição de 2016 de Wimbledon para se recuperar completamente de uma cirurgia no joelho esquerdo. Ele voltou no início desta temporada e ganhou o Aberto da Austrália, acabando com uma seca de quatro anos em Grand Slams, além de ter faturado títulos em Indian Wells e Miami. O suíço fez mais uma pausa depois disso, perdeu toda a temporada europeia de saibro e voltou na grama. Aí, levou seu oitavo campeonato de Wimbledon e o 19º Grand Slam, um recorde no tênis masculino.
“Todos os médicos que eu consultei e todos os especialistas que visitei, na Sérvia e em todo o mundo, concordaram que essa lesão requer descanso. Um afastamento prolongado do esporte é inevitável”, disse Djokovic. “Vou fazer o que for necessário para me recuperar. Vou usar o próximo período para fortalecer meu corpo e também para melhorar certos elementos do tênis que não consegui trabalhar nos últimos anos, devido a uma programação exigente”.