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Com Maracanã cheio, homenagens à Chapecoense marcam o Jogo das Estrelas de Zico

Com o Maracanã cheio – foram 58.382 torcedores presentes -, a 13ª edição do tradicional Jogo das Estrelas organizado por Zico foi marcada, nesta quarta-feira à noite, pela série de belas homenagens feitas às vítimas do acidente aéreo que matou 71 pessoas no último dia 29 de novembro, quando o avião que levava o time da Chapecoense caiu perto do aeroporto de Medellín, na Colômbia, para onde a equipe iria para disputar o confronto de ida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional.

As homenagens aconteceram antes do jogo e no intervalo da partida festiva de caráter beneficente. Antes de a bola rolar, Zico (com a camisa do Flamengo), Camilo (Botafogo), Alexandre Torres (Fluminense), Roberto Dinamite (Vasco) e Maringá (Chapecoense) entraram em campo representando os quatro clubes principais do Rio e carregando juntos uma mesma bandeira do time catarinense.

Nas arquibancadas, como aconteceu em muitos outros jogos nestes últimos 30 dias em vários estádios pelo mundo, ecoou no Maracanã o grito “Vamos, Vamos, Chape”. Em referência às cores da camisa do clube de Santa Catarina, os holofotes do maior palco do futebol nacional – e do mundo para muitos – iluminaram o local com luzes verdes.

Com os dois times perfilados no centro do campo e formados por jogadores, entre eles Neymar como principal astro, e ex-jogadores, uma homenagem à Chapecoense foi exibida no telão do estádio. Enquanto a mesma era mostrada, Mateus, filho do ex-presidente do clube catarinense, Sandro Pallaoro, era abraçado por Zico e se emocionou muito.

O jovem ainda revelou em seguida que Zico foi o “maior ídolo” do seu pai no futebol. “Meu pai tinha o sonho de conhecê-lo, e agora cumpri esse sonho”, ressaltou Mateus, em entrevista ao SporTV na beira do gramado.

Com muitas camisas principalmente do Flamengo e da Chapecoense nas arquibancadas, o Maracanã viu o confronto entre os times denominados “Estrelas Vermelhas” e “Estrelas Brancas”. O primeiro deles foi escalado com Wilson, Rever, Juan, Capdevilla, Thiago Coimbra; Rafinha Alcântara, Renato Gaúcho, Renato Augusto, Marinho, Zico e Neymar. Já o segundo contou com em sua formação inicial com Carlos Germano, Leo Moura, Carlos Alberto Santos, Richarlyson, Junior, Athirson, Bruno Quadros, Gustavo Scarpa, Claudio Adão, Camilo e Emerson Sheik.

Após o intervalo, Cássio, Alcindo, Vitinho, Zinho, Aldair, Sorato e João Paulo entraram no time branco, além do goleiro Gleguer. Já na equipe de vermelho, destaque para as entradas de Loco Abreu, novo reforço do Bangu, e Sávio, ex-atacante do Flamengo.

TÍTULO MUNDIAL É LEMBRADO – No intervalo do duelo, por sinal, Carlos Alberto Torres, capitão do tricampeonato mundial, e o jornalista e ex-assessor de Zico Raul Quadros, que morreram recentemente, também foram homenageados. Os 35 anos da conquista pelo Mundial de Clubes obtido pelo Flamengo em 1981, por sua vez, também foram lembrados com festa, fato que fez com o que o clima de luto fosse um pouco amenizado.

Adílio, que fez parte daquele time campeão ao lado de Zico, também entrou em campo no decorrer do segundo tempo do Jogo das Estrelas, no qual as camisas dos dois times carregaram também o símbolo da Chapecoense no centro do peito.

Disputado em ritmo de treino, como não poderia ser diferente, o duelo terminou com o time de Zico vencendo por 8 a 4, sendo que o dono da festa deixou a sua marca ao balançar as redes. Os outros gols da equipe foram marcados por Neymar (duas vezes, sendo uma delas driblando Gleguer com categoria), Marinho, do Vitória, Fumagalli, Loco Abreu e do menino Felipe, de apenas 8 anos, neto de Zico, que entrou em campo no fim.

Já pela equipe derrotada, os gols foram marcados por Emerson Sheik, duas vezes, João Paulo, ex-Guarani e seleção brasileira, e Vitinho.

Grande astro em atividade que esteve em campo, Neymar foi substituído durante o duelo e foi aplaudido de pé pelo Maracanã, onde o atacante do Barcelona recebeu um abraço de Zico e presenteou um garoto que vestia a camisa do Flamengo com uma chuteira.

AGRADECIMENTO E LAMENTAÇÕES – Logo após o final do jogo, vestindo desta vez uma camisa da Chapecoense no gramado, Zico comemorou o sucesso do evento, mas ao mesmo tempo lamentou que o principal tema da festa tenha sido motivado por uma grande tragédia. Para completar, ele agradeceu aos astros que abriram mão de um dia de folga de final de ano para participar do duelo.

“Dentro da possibilidade nossa, queria agradecer a todo esse público, foram quase 60 mil pessoas que vieram aqui e entenderam o intuito da partida. Obrigado ao Neymar, que se deslocou para abrilhantar essa festa, ao Rafinha (Alcântara, meia do Barcelona), ao Renato Augusto (hoje titular da seleção brasileira)”, afirmou Zico, para em seguida exibir modéstia ao admitir que as homenagens à Chapecoense poderiam ter sido melhores do que foram nesta quarta-feira.

“Não é uma homenagem que eles (vítimas do acidente) merecem, mas o mais importante é o amor, é o coração, é o sentimento que todos têm. Tinha perdido já o Carlos Alberto Torres, o Raul Quadros, e depois perdi muitos amigos neste acidente”, completou.

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