Com MDB em alta, Porto Alegre terá 2º turno

Sebastião Melo (MDB) e Manuela DÁvila (PCdoB) vão disputar o segundo turno em Porto Alegre. Com 100% das urnas apuradas, Melo ficou com 31,01% dos votos válidos e Manuela com 29% – uma diferença de 13.018 votos.

Conforme as projeções anteriores, a disputa para garantir a ida para o segundo turno seria travada entre Melo e o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que buscava a reeleição. Em 2016, o tucano foi eleito ao vencer o emedebista, no segundo turno.

A retirada da candidatura de José Fortunati (PTB) a menos de uma semana da votação, porém, mexeu no tabuleiro político levando a maioria dos votos para Melo. Fortunati manifestou apoio para o emedebista. Sem a vantagem prevista pelas pesquisas, Manuela, que já disputou duas vezes a prefeitura porto-alegrense, tem como desafio buscar votos para o segundo turno também entre eleitores de centro-direita de Marchezan, que enfrenta um processo de impeachment. Ele obteve 21,07% dos votos. "Há quatro anos, o Ibope disse na véspera, que eu estava 11 pontos abaixo daquilo que a urna disse, então a gente acredita que vai estar no segundo turno", ressaltou Marchezan Júnior, antes da confirmação do resultado, que eliminou sua chance de reeleição.

Melo mostrava confiança de que seguiria no páreo. "Eu fui sentir a eleição mais no final porque a decisão do eleitor fica mais a flor da pele. Estou muito convencido que o acolhimento da última semana nos levaria para o segundo turno. Vejo isso claramente nas manifestações por onde passo na cidade", afirmou. No sábado, a pesquisa Ibope indicava 40% dos votos válidos para Manuela e 25% para Melo.

A candidata do PCdoB garantia não ter não um adversário preferido para enfrentar no segundo turno. "Nossos adversários são os problemas da cidade. Não escolhemos contra quem vamos lutar", disse. Alvo de acusações machistas nos debates, Manuela também espera maior equilíbrio nos próximos encontros o adversário. "Vocês acompanharam a violência a qual eu fui submetida nos debates e o silêncio de todos os candidatos homens em relação a essa violência em público", disse.

Assim como nas demais regiões do país, houve grande lentidão para divulgação dos votos. O entrave levou o TRE a reiniciar o sistema de apuração. Com quase 1,1 milhão de eleitores aptos para votar, os porto-alegrenses também elegeram seus 36 vereadores para Câmara Municipal. O índice de abstenção, porém, foi elevado batendo a casa de 33% na capital.

Embora as atenções estivessem voltadas para a lentidão das urnas, as eleições em Porto Alegre também tiveram reforço na segurança. Chamou atenção que um dos 16 drones usados pela Polícia Federal no Estado flagrou um homem distribuindo propaganda eleitoral na cidade.

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