Estadão

Com Mia Couto e Itamar Vieira Junior, começa a Bienal do Livro de Pernambuco

A Bienal do Livro de Pernambuco reencontra presencialmente o público a partir desta sexta-feira, 1º, ao mesmo tempo em que procura ampliar seu alcance. Esta 13ª edição, que vai até o dia 12, será híbrida, com algumas mesas sendo realizadas no Centro de Convenções, em Olinda, outras com alguém lá e demais participantes em casa ou totalmente virtuais. Haverá transmissão para quem estiver na feira e pelo site.

A organização estima um público total de 450 mil pessoas – entre 100 mil e 150 mil no local. A Bienal vai ocupar uma área maior este ano, por causa da pandemia: 9 mil m2 ante 6 mil m2 da edição anterior. O uso de máscara é obrigatório e haverá totens de reconhecimento facial na entrada para checagem, além de todas as outras medidas, como aferição de temperatura e disponibilização de álcool em gel pelos corredores.

O escritor moçambicano Mia Couto e o brasileiro Itamar Vieira Junior, vencedor do Jabuti 2020 com Torto Arado, um dos livros mais vendidos do Brasil atualmente, participam da primeira mesa literária do evento, a partir das 19h. O tema da conversa, que foi gravada e será transmitida pela plataforma do evento e também no auditório, é Literatura e Identidades Nacionais.

Antes da abertura oficial, também nesta sexta, às 15h, haverá o painel Leitura Para Bebês, com Yolanda Reyes. A pesquisadora e autora colombiana atua em projetos culturais de formação de leitores e venceu, no ano passado, o Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil e Juvenil.

O cineasta Kleber Mendonça Filho, o quadrinista Marcelo D Salete, os ficcionistas Ronaldo Correia de Brito, Julián Fuks, Aline Bei e Mariana Enriquez, a pesquisadora Lucia Santaella e o psicanalista Christian Dunker são alguns dos convidados. A programação conta com pelo menos cinco debates por dia.

Paulo Freire, em seu centenário de nascimento, e a poeta Cida Pedrosa são os homenageados da Bienal do Livro de Pernambuco.

"A proposta foi que a programação refletisse o máximo o momento que estamos vivendo e dialogasse com tudo isso", diz o jornalista Schneider Carpeggiani, curador do evento. "Haverá conversas sobre democracia, pandemia. A principal ideia é que a Bienal seja sobre o presente."

Reflexões sobre a pandemia e o momento atual surgem em vários momentos como no encontro com Julián Fuks (Como sairemos da pandemia?), no sábado, 2, às 20h; com Christian Dunker (Psicanálise e a atual pandemia) na quinta, 7, às 17h30; e com Jessé Souza (Racismo, moralismo e negacionismo no País sem futuro), na quinta, 6, às 17h.

"Sabemos que esta não será uma Bienal como as anteriores, mas é o que temos para hoje", diz Rogério Robalinho, produtor do evento. As editoras ainda não estão participando em peso, mas muitas livrarias estarão presentes – e esta é, segundo Robalinho, uma forma de ajudar a reforçar o caixa desses livreiros.

"As pessoas estão ávidas por saírem, querem se rever, desconectar", diz o produtor que estima que a Bienal movimente cerca de R$ 12 milhões.

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