O Exército de Israel anunciou na quinta-feira, 1º de agosto, que o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, morreu em um bombardeio no dia 13 de julho em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. O ataque teve como alvo um complexo do grupo terrorista palestino e resultou na morte de mais de 90 pessoas, incluindo refugiados civis. O Hamas não confirmou a informação.
O anúncio foi feito um dia após a morte em Teerã do líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh.
Segundo o <i>New York Times</i>, citando sete autoridades do Oriente Médio, incluindo dois iranianos e um americano, a bomba que matou o líder palestino plantado secretamente em uma casa de hóspedes em Teerã, há aproximadamente dois meses, e detonada por controle remoto.
Com isso, Israel teria eliminado três líderes de grupos rivais nas últimas semanas: além de Deif e Haniyeh, Fuad Shukr, comandante militar do Hezbollah, foi assassinado na terça-feira, 30, em um bombardeio a Beirute, no Líbano.
O governo israelense admitiu publicamente o assassinato de Shukr e Deif, mas não o de Haniyeh.
<b>Aliança</b>
A razão da cautela israelense é a flagrante violação da soberania iraniana, que poderia potencializar uma resposta militar que escalasse o já intrincado conflito no Oriente Médio. Embora o aiatolá Ali Khamenei tenha dado ordens para vingar a morte de Haniyeh, ainda não se sabe a intensidade da retaliação.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se disse preparado para a guerra e alertou a população para "dias difíceis" pela frente.
Embora o Irã não tenha interesse em escalar o conflito, analistas acreditam que a morte de Haniyeh não deve passar em branco. Teerã poderia usar seus aliados para atingir Israel: o Hezbollah, no Líbano, os houthis, no Iêmen, e as milícias xiitas no Iraque.
<b>Assassinato</b>
Das três operações, a mais cinematográfica foi a morte de Haniyeh, assassinado na capital iraniana. Segundo o <i>New York Times</i>, ele se hospedou várias vezes na mesma casa de hóspedes quando visitava Teerã.
Nas horas que se seguiram à explosão que matou o líder palestino, as especulações imediatamente se concentraram na possibilidade de Israel ter lançado um míssil, possivelmente disparado por um drone ou avião. Essa teoria levantou questões sobre como Israel poderia ter conseguido burlar os sistemas de defesa aérea iranianos para executar um ataque aéreo no coração da capital do país.
Desta vez, no entanto, os israelenses teriam explorado uma falha na segurança de um complexo bem guardado, que permitiu que uma bomba fosse plantada e permanecesse escondida antes de ser acionada. Segundo três autoridades iranianas ouvidas pelo <i>New York Times</i>, foi uma falha catastrófica de inteligência do Irã e um constrangimento para a Guarda Revolucionária. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>