Esportes

Com multinacionais de olho, Corinthians fica próximo de ter novo patrocinador

Sem patrocínio master há pouco mais de quatro meses, após encerramento do acordo com a Caixa Econômica Federal, o Corinthians espera acertar nas próximas semanas com uma empresa multinacional e minimizar a situação delicada que o clube vive financeiramente. A ideia inicial era tentar um acerto por um prazo mais longo, pelo menos até o fim de 2018, mas a diretoria já trabalha com a possibilidade de assinar um vínculo curto e abrir em seguida negociações para prorrogar o prazo.

Desde o encerramento da parceria com a Caixa, o clube tem conversado com diversas empresas, mas duas multinacionais estão com negociações mais avançadas e a confiança no acerto com uma delas é muito grande dentro da diretoria.

Até o fim do Campeonato Paulista, o banco pagava R$ 30 milhões de patrocínio master e o clube recebia algo em torno de R$ 64 milhões com o uniforme. As partes chegaram a tratar sobre uma renovação, mas encerraram as conversas quando o banco comunicou que gostaria de diminuir o valor pago, enquanto que a diretoria corintiana queria aumentar.

Atualmente, o clube conta com anúncios da Foxlux, Alcatel, Universidade Brasil, Cia do Terno e Minds Idiomas, além do fornecimento esportivo da Nike. Juntas, rendem pouco mais de R$ 40 milhões. O Corinthians ainda recebe R$ 10 milhões da Estrela Galícia para exibir a marca no uniforme de treino.

O motivo principal de os dirigentes terem mudado de ideia e aceitar um contrato menor é o financeiro. De janeiro a junho, o Corinthians teve um déficit de R$ 46,5 milhões e eles acreditam que a falta de patrocínio master e de venda de jogadores são dois pontos importantes para a situação tão delicada.

A previsão no início da temporada era arrecadar R$ 52 milhões com a venda de atletas. Entretanto, até o momento o valor foi de apenas R$ 9 milhões – referente às saídas de Uendel e Léo Jabá. O clube tenta ainda nesta quinta-feira sacramentar a venda do atacante Lucca, que está emprestado para a Ponte Preta, para o Nantes, da França.

SUFOCO – O Corinthians não tem atrasado salário, mas enfrenta dificuldades para honrar com seus compromissos em relação a pagamentos para fornecedores e empresários que participaram de negociações. Os agentes de Gabriel e Jadson, por exemplo, negociam com a diretoria uma forma de receber as luvas da transação da dupla. A contratação de Pablo está parada por causa de questões financeiras. O clube não tem condições de pagar ao Bordeaux, da França, e ao empresário do atleta. A diretoria quer diluir o valor em longas prestações.

Sobre a dificuldade para acertar o patrocínio master, o presidente do clube, Roberto de Andrade, sempre que questionado sobre o assunto, culpa a crise mundial e diz que existem conversas, porém o momento é delicado para acerto envolvendo grandes cifras. “Espero que até o fim do ano tenhamos novidades”, disse o dirigente, no mês passado, ao Estado.

Sem esse parceiro desde o Paulistão, o Corinthians recebeu algumas ofertas para fazer patrocínios pontuais. Recusou por entender que estaria desvalorizando a marca. Neste período, o clube exibiu o nome da Universidade Brasil, que acabou se tornando um patrocínio fixo na parte superior da camisa e também exibiu a marca da campanha Criança Esperança.

No jogo contra o Atlético Goianiense, na última rodada, a marca exibida foi do “Sangue Corintiano”, uma campanha organizada pelo clube para incentivar os torcedores a doarem sangue.

Mesmo com todas as dificuldades financeiras, o clube entende que o momento não permite que se faça negócios com valores muito inferiores ao anterior. O título estadual e a liderança disparada no Campeonato Brasileiro, aliada à grande possibilidade de título, faz com que os dirigentes queiram valorizar ao máximo a marca do clube.

Além disso, o dirigente já avisou que não vai abrir mão de nenhum de seus principais jogadores, por isso o elenco será mantido até o fim do ano. A tendência é que em dezembro ocorram algumas negociações e atletas importantes deixem o clube.

Posso ajudar?