A seleção brasileira entra em campo nesta terça-feira, às 21h, a fim de recuperar o prestígio perdido com o tropeço diante da Venezuela na rodada passada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. O empate em Cuiabá encerrou uma sequência de adversários mais acessíveis para o Brasil. Até o fim do ano, os comandados de Fernando Diniz terão Uruguai, Colômbia e Argentina. Diante dos uruguaios, no Estádio Centenário de Montevidéu, os brasileiros medirão forças com um adversário que também precisa melhorar seus resultados.
"A gente tem bastante para melhorar, mas nenhum time está ou é perfeito. É um começo de ciclo, com novo treinador (Fernando Diniz), o time ainda está se encaixando, buscando como atuar", afirmou o zagueiro Marquinhos.
A expectativa é que o Brasil tenha mais espaços para explorar e reencontrar o bom futebol. A seleção uruguaia buscou a igualdade por 2 a 2 com a Colômbia no apagar das luzes na última quinta-feira. Em casa, o time liderado pelo argentino Marcelo Bielsa tem a missão de conquistar sua segunda vitória nas Eliminatórias. Por isso, deve se lançar mais ao ataque para encerrar um longo tabu contra os brasileiros.
A última vez em que o Brasil perdeu para o Uruguai foi nas Eliminatórias da Copa de 2002. Na ocasião, em julho de 2001, a seleção brasileira foi derrotada por 1 a 0. Desde então, foram 12 duelos (incluindo Eliminatórias, Copa América, Copa das Confederações e amistosos), com sete vitórias do time verde-amarelo e cinco empates.
A seleção brasileira aparece na segunda posição das Eliminatórias, com sete pontos, dois a menos que a atual campeã mundial, a Argentina. O Uruguai está em quarto lugar, com apenas quatro pontos somados. Seis países da América do Sul irão para o Mundial dos Estados Unidos, México e Canadá. O sétimo colocado ainda disputará a repescagem intercontinental.
"As duas equipes vão procurar o protagonismo do jogo. Todos conhecem as características do Bielsa e a minha. Temos tudo para ter uma partida bastante disputada. Vamos nos preparar para todas as situações. O futebol é feito do pragmatismo do resultado, mas tem toda a simbologia e encantamento de um clássico de intensa rivalidade desde a final da Copa de 1950. Há um brilho especial em jogar uma partida dessa dimensão", afirmou o técnico Fernando Diniz.
Em campo, os torcedores devem acompanhar uma seleção brasileira com modificações pontuais, com as quais Diniz pretende solucionar os problemas ofensivos que tem encarado. A primeira saída é a de Richarlison. Muito criticado, o atacante do Tottenham, dará lugar a Gabriel Jesus. Na lateral esquerda, haverá uma troca entre ex-corintianos: sai Guilherme Arana, do Atlético-MG, e entra Carlos Augusto, da Inter de Milão. Na direita, Yan Couto, que fez sua estreia na terça, será mantido como titular, dadas a lesão de Danilo e a vinda de última hora de Emerson Royal.
Neymar será o centro das atenções do jogo com o Uruguai. Mesmo com Vinícius Júnior sendo a grande estrela brasileira no futebol ultimamente, o craque continua puxando os holofotes para si, por ações dentro e fora de campo. Com uma atuação limitada e sem conseguir levar o Brasil à vitória diante da Venezuela, o atacante foi alvo de um torcedor que atirou um saquinho de pipocas em sua direção. "Esse tipo de atitude eu condeno, não tem de fazer. É muito ruim para o futebol e para o ser humano", disse Neymar.
Do outro lado, o Brasil não enfrentará nomes que marcaram época na equipe celeste. Luis Suárez, do Grêmio, e Edinson Cavani, do Boca Juniors, têm sido preteridos pelo técnico Marcelo Bielsa. El loco , com seu estilo peculiar, tenta construir e moldar uma nova geração no Uruguai, apoiando-se em nomes como Valverde e Darwin Núñez, que vestem as camisas pesadas de Real Madrid e Liverpool, respectivamente.
O lateral-esquerdo Piquerez, do Palmeiras, é o único que atua no futebol brasileiro e que foi titular da seleção uruguaia diante da Colômbia. Mas corre risco de perder posição para Mathías Oliveira, do Napoli, autor do primeiro gol celeste em Barranquilla. Rochet (Inter), Méndez (Corinthians), Cannobio (Athletico-PR) e Arrascaeta (Flamengo) ficaram no banco no último jogo, mas podem aparecer entre os 11 escolhidos por Bielsa.