Fernando Diniz não admite em maneira alguma jogar o boné no Santos. Ao perder por 2 a 1 para o Cuiabá, sábado, na Arena Pantanal, ele viu as derrotas se tornarem o resultado mais comum do time em seu comando. Mesmo pressionado e com péssimo desempenho, ele se ampara nos reforços para defender sua permanência.
O Santos chegou ao 12° revés na era Diniz. São outras 11 vitórias e oito empates da equipe sob sua batuta, num desempenho de somente 44% dos pontos, bem ruim para quem já caiu na Copa Libertadores e Sul-Americana e saiu em desvantagem nas quartas da Copa do Brasil. No Brasileirão a equipe está no 13° lugar, com 22 pontos, e pode ser ultrapassada por São Paulo e Juventude, com a mesma pontuação e um jogo a menos, ficando colada na porta da zona de rebaixamento.
"As críticas são pertinentes, temos que aceitar e melhorar. O time mexe o tempo todo, sai jogador, foi desmanchando em uma reconstrução e a oscilação é algo normal, mas tínhamos que ter ganhado mais jogos no campeonato", afirma o treinador, que culpa algumas ausências pela queda de rendimento.
"Estamos oscilando mais do que deveríamos e temos que trabalhar e ter mais estabilidade para vencer", diz. "Encontramos um jeito de jogar com Marinho, Kaio Jorge e Luan Peres, depois Kaiky. Tínhamos imposição dentro e fora de casa e isso vai acontecer com os treinos e a chegada dos jogadores", garante.
Marinho e Kaiky estão machucados e Kaio Jorge e Luan Peres foram negociados. O clube buscou Diego Tardelli e Léo Baptistão para o ataque, o goleiro Jandrei e o zagueiro Velázquez. O quarteto de reforços virou escudo de Diniz.
"Santos é imenso e precisa de protagonistas. Estamos trabalhando para suprir e quem chegou está se condicionando para nos ajudar", enfatiza o comandante. "Sabíamos que seria difícil, ainda mais perdendo jogadores. É constatação, não queixa", se defende. "Precisava vender o Kaio Jorge porque sairia livre, teve que vender o Luan Peres e Marinho está machucado. Era o tripé da minha chegada, os jogadores com mais protagonismo."
Por fim, Diniz garante que vem se empenhando para acabar com as oscilações e para recolocar o Santos nos triplos. "A diretoria se esforça na medida que pode. Todos trabalham muito, ninguém está sem trabalhar. Se tem uma coisa que não falta no Santos é trabalho. Perdemos jogando mal e perdemos sem merecer, principalmente no começo. Mas não falta trabalho, todos estamos empenhados", pondera, sempre num discurso soando um pedido de nova chance.
Resta saber se terá respaldo e chance de buscar reabilitação com os reforços. A torcida faz campanha pela demissão do treinador e pressiona os dirigentes. "Sobre o torcedor, ele está no direito de protestar. Nenhum está contente e eu muito menos, pois todos estão aqui para ganhar. Os protestos são normais e até esperados, o torcedor tem razão".