Cidades

Com obstrução de petistas, Consema encerra audiência sobre aterro

Aconteceu no fim da tarde desta quinta-feira, 20/12, na Câmara Municipal de Guarulhos, a audiência pública convocada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) sobre a ampliação do aterro sanitário da empresa CDR Pedreira, na região do Cabuçu.
 
Assim como em outras ocasiões, setores contrários à obra, além de vereadores do Partido dos Trabalhadores, obstruíram novamente a audiência pública sobre o tema, uma das exigências legais para o licenciamento ambiental para a ampliação.
 
Desta vez, porém, a mesa diretora conseguiu fazer que os presentes ouvissem os empreendedores e os representantes de organizações da sociedade civil, permitindo tanto que o projeto fosse apresentado quanto criticado. Após tumulto causado pelos parlamentares petistas, que impediram que os inscritos se manifestassem, a audiência foi encerrada, com a declaração de “suficiência dos trabalhos”.
 
Na saída do prédio do Legislativo, houve tumulto. Alguns manifestantes quebraram duas portas de vidro da Câmara.
 
Histórico de obstruções
Esta foi a quarta audiência pública do empreendimento. Além do evento desta quinta, outras três audiências foram realizadas e não chegaram ao fim por confusões e quebra-quebra causadas por manifestantes infiltrados entre a população de Guarulhos, por intervenções de parlamentares petistas e até por uma ação judicial movida por advogados ligados ao PT que implicou no fechamento da Câmara Municipal por semanas.
 
Na audiência desta quinta-feira, iniciada às 17h21, foram ouvidos os representantes da Veolia, que explanaram tecnicamente os detalhes da obra e as contrapartidas para a população do Cabuçu; e 10 pessoas que representaram entidades da sociedade civil, como o Movimento Cabuçu, igrejas e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
 
Foi quando a vereadora Janete Pietá (PT), mais de uma hora após o início da audiência, pediu para que fosse liberada a entrada de mais populares no plenário, que já estava lotado. A mesa diretora suspendeu os trabalhos por dois minutos para retomar a ordem e avaliar o pedido, mas outros vereadores petistas (Edmílson Souza, José Luiz e Maurício Brinquinho) invadiram a mesa diretora, tomaram a tribuna em que os interessados se manifestavam e passaram a cobrar veementemente a entrada de mais pessoas nas galerias, inflamando os manifestantes infiltrados, que batiam contra os vidros e vociferavam contra os presentes.
 
Foi quando, às 18h37, em função do tumulto, a audiência foi declarada encerrada, com “suficiência dos trabalhos”. Edmílson Souza informou aos manifestantes que haverá “judicialização” do processo. “Eu peço desculpas aos companheiros que se inscreveram para falar e não conseguiram, mas nós sabíamos que isso ia ocorrer e criamos o clima mesmo, o embaraço para judicializar o processo”, afirmou.
 
Estiveram presentes na Câmara, além dos vereadores petistas Janete Pietá, Edmílson Souza, José Luiz e Maurício Briquinho, o também vereador Thiago Surfista (PRTB) e o deputado estadual Gileno (Pros), além do secretário municipal do Meio Ambiente, Abdo Mazloum.

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