O Santos que vai iniciar a sua participação no Campeonato Paulista em 17 de janeiro, diante do Linense, não será o que a diretoria recém-eleita e o novo técnico do time, Jair Ventura, gostariam de ver em campo, pois o planejamento e a definição do elenco para a temporada 2018 está atrasada, como eles próprios admitem.
A mudança na presidência do Santos, com a eleição em dezembro do opositor José Carlos Peres para suceder Modesto Roma Júnior, e a demora na oficialização de Jair Ventura como novo técnico em razão do impasse envolvendo o pagamento da multa de rescisão do contrato do treinador com o Botafogo atrasaram a tomada de decisões para 2018.
Com a segunda semana do ano se iniciando, o Santos acertou até agora apenas uma contratação para a temporada. O time se reforçou com o lateral-esquerdo Romário, que estava no Ceará e assinou um acordo válido até 2022, em negociação iniciada ainda pela gestão de Modesto e ratificada por Peres, em uma tentativa de repor a perda de Zeca, que entrou na Justiça para se desvincular da equipe. Mas ainda há muitos impasses a serem resolvidos.
Além de Zeca, o Santos também perdeu o meia Lucas Lima, que se transferiu para o Palmeiras, e optou por não renovar o contrato do centroavante Ricardo Oliveira, que acertou a sua ida para o Atlético Mineiro. Além disso, nomes como Thiago Ribeiro e Nilmar também deixaram o time. E a falta de opções para o setor ofensivo são a maior preocupação da diretoria e de Jair Ventura nesse momento.
“O setor ofensivo, na minha opinião, é um desafio para encontrar soluções. São perdas significativas. Temos que nos recompor o mais rápido possível”, afirmou Gustavo Vieira de Oliveira, novo executivo de futebol do clube.
Para repor essas perdas, o clube cogita recorrer a ídolos recentes, casos de Robinho, que está livre no mercado após o encerramento do seu vínculo com o Atlético-MG, e Gabriel, jogador da Inter de Milão que vem sendo pouco aproveitado no Benfica, que o contratou por empréstimo. O Santos também tentou se reforçar para o ataque com o centroavante Hernán Barcos, mas o argentino acertou recentemente a renovação do seu contrato com a equatoriana LDU.
Nesse momento, o Santos conta em seu elenco principal com poucas opções para o ataque. São os casos de Bruno Henrique, titular absoluto do setor, de Copete, Vladimir Hernández, e dos jovens Arthur Gomes, Rodrygo e Yuri Alberto. Além disso, os colombianos não têm futuro garantido no clube e podem até deixar a Vila Belmiro, pois Copete interessa ao Atlético-MG, enquanto Hernández negocia o retorno ao futebol do seu país.
Por isso, Jair poderá aproveitar peças que não faziam parte do elenco principal em 2017. O centroavante Rodrigão está de volta ao clube após período de empréstimo ao Bahia, enquanto Diego Cardoso foi destaque do Santos B, que foi finalista do Campeonato Brasileiro de Aspirantes no ano passado.
O problema é que ao mesmo tempo em que busca novas peças para o seu elenco, o Santos precisa reduzir o grupo de jogadores, desafio que deverá ser um dos primeiros de Jair Ventura nos seus passos iniciais no clube. “Temos de 46 a 48 jogadores, contando com os do sub-23. Teremos de dar uma enxugada, mas pretendo avaliar a maioria”, explicou o treinador.
Diante do desafio de fortalecer o elenco e ainda fortalecê-lo, o Santos ainda tem que lidar com um calendário apertado em função da disputa da Copa do Mundo neste ano, algo que fará o time estrear no Paulistão já em 17 de janeiro. Gustavo Oliveira avisa, porém, que o elenco só estará pronto para Jair Ventura algumas semanas depois.
“O planejamento ideal é ter os jogadores à disposição o quanto antes, vamos chegar até fevereiro observando e buscando oportunidades. Meu objetivo é oferecer o melhor elenco possível”, concluiu o executivo de futebol do Santos, que ao menos terá um bom tempo para a estreia na Copa Libertadores, em 1º de março, contra o Real Garcilaso, fora de casa.