A partir desta terça-feira, 1º/6 as escolas da rede municipal de ensino retomarão as aulas presenciais, suspensas por mais de um ano devido à pandemia do coronavírus. Os professores são contrários à decisão da Prefeitura, que garante ter preparado todos os colégios para um retorno seguro e dentro dos protocolos exigidos.
Em abril, uma decisão judicial, após acolhimento de ações da Apeoesp e do Sinpro Guarulhos, decretou o ensino remoto até esta segunda-feira, 31/5. Os docentes, que ainda não foram vacinados na totalidade, alegam insegurança com a questão da pandemia para o retorno. O governador João Doria anunciou, na última semana, o cronograma completo de imunização dos profissionais da educação.
“Todas as unidades receberam equipamentos de proteção individual e coletivo e foram oferecidos testes gratuitos para Covid-19 aos funcionários. O atendimento dos alunos será limitado a 30% da capacidade de cada espaço e a frequência às aulas presenciais é facultativa”, diz a administração, em contato com o GuarulhosWeb.
Rede privada não registra problemas com protocolos de saúde
Em janeiro, quando as escolas particulares receberam sinalização positiva para retomarem o ensino presencial, o GuarulhosWeb visitou colégios privados da cidade e constatou que as instituições se prepararam contra o vírus e receberam boa adesão de alunos no sistema presencial.
As instituições privadas permanecem com o ensino presencial e, de acordo com a Associação das Escolas Particulares de Guarulhos (AEG), não existiram registros que culminassem em um recuo na decisão. “As escolas particulares se adaptaram aos protocolos de saúde ao longo de 2020 e desde a reabertura em janeiro de 2021 estamos com atividades parciais presenciais. Ao longo destes meses não tivemos casos graves que justifiquem o fechamento das instituições”, afirma Wilson Lourenço, presidente da entidade.
“A escola com os protocolos, a colaboração das famílias e o monitoramento constante é um local seguro. Muitas práticas seguras são estimuladas nas escolas e ajudam na conscientização de todos”, completa Lourenço.
Pais se dividem com a decisão
A reportagem procurou pais e responsáveis por alunos da rede municipal para entender se eles vão mandar seus filhos à escola no primeiro dia de retorno. Ainda não há entendimento acerca do tema, que divide, inclusive, a população. “Eu queria que meu filho voltasse, mas a professora do meu filho não irá retornar e fui informada que se eu mandar o meu filho, ele não terá uma sala específica pra o ano dele”, lamenta Vanessa Fernandes Neves, mãe de um aluno na EPG Alvares de Azevedo, na região de Cumbica. A professora do filho de Vanessa faz parte do grupo de risco e, segundo ela, só retornará após a segunda dose da imunização.
“Estou analisando a possibilidade por causa dessa questão do Covid-19. Acho que as crianças também deveriam ser vacinadas”, explica Thereza, que não quis falar o sobrenome e a escola do filho, revelando que a criança estuda no Taboão.
“Meus netos não vão voltar por conta da terceira onda do vírus”, enfatiza Maria Oliveira. As crianças estudam no Rafael Thomeu e no Celso Furtado, na região do Bonsucesso.
Quem retorna perde o direito à cesta básica?
Não. Por determinação do prefeito Guti, a Secretaria de Educação vai manter a distribuição das cestas de alimentos às famílias de todos os alunos da rede municipal de ensino, independente da presença física, que não é obrigatória.