A surpresa com o rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco S&P Global deve fazer com que o juro de curto prazo dispare nesta sexta-feira, 12, e a bolsa corrija parte da alta acumulada em 2018, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Guilherme Macêdo, sócio da Vokin Investimentos.
A agência rebaixou o rating soberano do País de BB para BB-, com perspectiva estável. Embora um rebaixamento fosse esperado, havia dúvidas se a classificadora anunciaria um downgrade em ano eleitoral, o que contraria a tradição da agência. Como nada foi anunciado no fim de 2017, um rebaixamento em 2018 passou a ser visto como incerto.
Apesar disso, o sócio da Vokin Investimentos disse que deve prevalecer no mercado a avaliação de que o rebaixamento vai aumentar o senso de urgência para aprovação da reforma da Previdência no Congresso. “Isso vai mostrar que o custo Brasil é maior e talvez isso chegue à cabeça dos legisladores, que vão perceber que é preciso fazer algo”, afirmou Macedo.
Além disso, ele considerou que a notícia arranha a credibilidade do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que chegou a dizer mais de uma vez que considerava improvável que alguma agência rebaixasse o Brasil antes da votação da reforma da Previdência. “E ele perde força como candidato à Presidência”, acrescentou.