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Com sufoco e Felipe Melo expulso, Palmeiras avança com derrota na Libertadores

O Palmeiras conseguiu nesta quinta-feira complicar uma missão que parecia fácil, ser heroico quando parecia derrotado e ter como vilão um dos jogadores mais queridos pela torcida. Entre tantos paradoxos, pelo menos a lógica prevaleceu no quesito principal e o time está classificado para as quartas de final da Copa Libertadores mesmo depois de perder para o Cerro Porteño por 1 a 0, no Allianz Parque, com nove jogadores em campo. O adversário na próxima fase será o Colo-Colo.

O personagem do jogo foi Felipe Melo. Apelidado de Pitbull e clamado pela torcida, foi expulso de forma infantil logo no começo da partida e complicou as condições de jogo para o seu time. A situação confortável por ter vencido no Paraguai por 2 a 0 deu lugar a uma partida de superação, em que foi preciso contar com o apoio da torcida e apostar na defesa.

O Palmeiras entrou em campo exibindo uma sequência de nove jogos seguidos sem tomar gol, uma invencibilidade na Libertadores e ainda atuava dentro de casa. Ou seja, era uma lista imensa de ingredientes favoráveis. Pois logo cedo todo esse cenário desmoronou em um só lance. Aos três minutos, o volante Felipe Melo foi fazer um passe e deixou a perna em Victor Cáceres. O árbitro argentino primeiramente deu cartão amarelo, para logo depois mudar de ideia e expulsar o jogador.

A grande reclamação do Palmeiras e a incredulidade do público com a precoce baixa transformaram a partida. Confiante antes do início do jogo, o time passou a ser inseguro. A equipe alviverde recuou e a torcida alterou o comportamento, ao deixar o otimismo e a euforia para passar a comemorar desarmes e chutões.

Em campo o Palmeiras passou a ter duas grandes preocupações. Uma delas era conseguir expulsar alguém do Cerro Porteño. O time alviverde reclamou muito com a arbitragem, procurou forçar cartões amarelos e teve os reservas bastante ativos no banco para tentar colocar pressão. O outro foco era o mais produtivo: os contra-ataques.

A esperada noite tranquila teve outro susto no começo do segundo tempo, quando Rodrigo Rojas caiu desacordado após jogada aérea e foi levado de ambulância para o hospital. O palmeirense veria uma outra cena ainda pior logo depois. O lateral Arzamendia foi tentar cruzar, mas conseguiu surpreender Weverton e abrir o placar, aos 11 minutos.

O gol fez Felipão mexer. O volante Thiago Santos entrou na vaga do atacante Borja para reforçar a marcação. A tentativa era válida, mas era difícil resolver os maiores problemas do segundo tempo. O time continuava muito nervoso e demonstrava cada vez mais cansaço por precisar correr para compensar a expulsão de Felipe Melo.

Seriam longos minutos de angústia, sustos e foco na defesa. No fim Deyverson ainda seria expulso, junto com um paraguaio, e a defesa se segurou. No apito final a torcida comemorou como nunca, quem diria, uma derrota. Um paradoxo valioso para um Palmeiras que se blindou com o espírito de Libertadores para se classificar.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS 0 x 1 CERRO PORTEÑO

PALMEIRAS – Weverton; Mayke, Antonio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique e Moisés (Jean); Willian (Deyverson), Dudu e Borja (Thiago Santos). Técnico: Luiz Felipe Scolari

CERRO PORTEÑO – Silva; Raul Cáceres, Marcos Cáceres, Escobar e Arzamendia; Victor Cáceres (Valdez), Rodrigo Rojas (Novick) e Palau; Jorge Rojas (Benítez), Ruiz e Churín. Técnico: Fernando Jubero.

GOL – Arzamendia, aos 11 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Churín, Jorge Rojas, Novick, Escobar, Edu Dracena, Palau.

CARTÕES VERMELHOS – Felipe Melo, Deyverson, Marcos Cáceres.

ÁRBITRO – German Delfino (Argentina).

RENDA – R$ 2.913.369,38.

PÚBLICO – 33.204 pagantes.

LOCAL – Allianz Parque, em São Paulo (SP).

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