Cidades

Com tabela defasada do SUS, Stella Maris admite que dívida já é de R$ 50 milhões

Após reunião com representantes da Câmara Municipal, a direção do hospital Stella Maris admitiu que a instituição passa por grave crise financeira e tem uma dívida de R$ 50 milhões, além de quase três meses de sálarios atrasados aos médicos. Como alternativa para sanar este déficit, os gestores pretendem buscar empréstimos em instituições financeiras públicas.  Um dos principais motivos da crise é a tabela defasada dos serviços prestados ao SUS (Sistema Único de Saúde), que não é reajustada pelo governo federal há 10 anos. 
 
"A nossa dívida é mais ou menos de R$ 50 milhões. Em primeiro lugar é preciso buscar mecanismos para equacionar esta dívida, além de conseguir uma melhoria nos nossos recursos e incrementar novos serviços no hospital que dependem de recursos financeiros e para isso estamos buscando parcerias", declarou o diretor administrativo do hospital Stella Maris, Ronaldo Oliveira.
 
Uma dessas parcerias citadas pelo administrador seria a obtenção de empréstimo com juros menores aos praticadospelo mercado bancário junto à Caixa Econômica Federal no valor de R$ 1,5 milhão para regularizar os débitos referentes aos encargos públicos que se encontram em atraso e quitar os salários de médicos. 
 
"É uma dívida grande e estamos trabalhando para equacionar ela. Para isso temos alternativas, mas a nossa expectativa é que o hospital continue funcionando e atendendo a população", disse Oliveira sobre o atual momento financeiro da instituição filantrópica, que deve à Caixa a quantia aproximada de R$ 31 milhões.
 
A outra alternativa que o gestor se refere está voltada para a adquirir outra parcela de empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 10 milhões. Mas para conseguir esta quantia, o Stella Maris precisa quitar a dívida com encargos públicos para obter as certidões necessárias. 
 
"A gente está fazendo parcerias com o Poder Público para viabilizar recursos e vamos tentar o BNDES, que é um fomentador importante para que possamos investir na estrutura do hospital, além de fazer contatos com vários empresários do município de Guarulhos para investir no hospital".
 
Ronaldo atribuiu o momento crítico do Stella Maris aos baixos valores dos serviços prestados indicados pela tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) e as gestões anteriores. Atualmente o hospital recebe do Governo Federal cerca de R$ 2,2 milhões por mês e outros R$ 400 mil do Governo Municipal com subsídio. No entanto, a administração revela que o custo mensal é de R$ 4 milhões. Ou seja, o déficit só aumenta. 
 
"Não é uma situação que acontece da noite para o dia. Evidentemente é uma dívida que se compõe pela tabela defasada do SUS que não sofre alterações há 10 anos, busca de recursos em bancos para melhorar a situação atual e os problemas de gestão, que não são exclusividade somente do Stella Maris", encerrou.
 

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