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Com tendência pelo impeachment, Câmara decide futuro da crise política

A Câmara dos Deputados vota neste domingo, 17, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, de 68 anos, eleita, em outubro de 2014, para seu segundo mandato. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001, economista de formação, Dilma é alvo de pedido de afastamento que tem por base as pedaladas fiscais (manobras contábeis) e decretos orçamentários do ano passado. Conforme a mais recente pesquisa Ibope, a forma de governar da presidente, acossada por crises política e econômica e pela Operação Lava Jato, é desaprovada por 82% dos brasileiros. Se perder na Câmara, Dilma será processada pelo Senado. A votação é a segunda de um impedimento desde a redemocratização. Fernando Collor foi derrotado pelo plenário da Casa em 1992.

Conforme o Placar do Impeachment do jornal O Estado de S. Paulo, a oposição à presidente contabilizava nesse sábado, 16, ao menos 350 votos favoráveis ao impeachment, oito a mais do que o mínimo necessário (342, de um total de 513). Portanto, se esses deputados mantiverem a decisão de apoiar o afastamento, Dilma será derrotada neste domingo, 17, na Câmara e a crise política deverá se agravar ainda mais se o Senado postergar o processo. Caso Dilma vença por uma margem pequena, a turbulência também deverá permanecer. O Palácio do Planalto trabalhava intensamente nesse sábado para reverter o cenário desfavorável, com envolvimento direto de Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor dela na Presidência, e de um time de ministros, governadores e líderes partidários.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) também passou o sábado reunido com aliados em busca de apoios nesta reta final. Dilma acusou Temer de planejar o fim do programa Bolsa Família, marca das gestões petistas na área social, exatamente como o partido fez com os opositores da presidente nas eleições de 2010 e 2014. O vice reagiu: “Mentira rasteira”. O clima eleitoral contaminou a disputa. Manifestações contra e a favor do impeachment estão programadas para todo o País, especialmente em São Paulo, Rio e Brasília. A votação do impeachment é o ápice de uma escalada de tensão na crise política brasileira, iniciada logo após a vitória apertada de Dilma em outubro de 2014 sobre Aécio Neves (PSDB) e marcada pela radicalização de posições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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