Com um ano de atraso, ainda em meio à pandemia do novo coronavírus, sem a presença de público e marcado por diversas restrições das autoridades sanitárias, o revezamento da tocha olímpica para os Jogos de Tóquio-2020 começou nesta quinta-feira na cidade de Fukushima, no Japão. O ponto de partida do evento foi o National Training Center J-Village.
O governo japonês quis usar a cerimônia desta quinta-feira como um marco de reconstrução da região, que fica ao norte do país e foi devastada há 10 anos após uma catástrofe nuclear que provocou 18.500 mortes. Em 11 de março de 2011 um terremoto, seguido por um tsunami, causou o derretimento do núcleo dos três reatores.
O Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio-2020 ressaltou o "comprometido em garantir a segurança do revezamento da tocha olímpica Tóquio-2020, tomando medidas para evitar a propagação de qualquer infecção entre os espectadores, portadores da tocha, funcionários e outros participantes do revezamento, bem como os residentes locais".
"A chama tem continuado a arder serenamente enquanto o mundo enfrentou alguns momentos difíceis durante o ano passado", disse Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador, em discurso no ato de início do revezamento, que durante 121 dias terá a participação de cerca de 10.000 pessoas.
A japonesa Azusa Iwashimizu, que acendeu a tocha com a chama olímpica que havia sido preservada em uma vela no Japão desde o ano passado – foi acesa na Grécia em 12 de março de 2020 -, foi a primeira a carregá-la, passando pelos gramados da J-Village acompanhada por outros membros da seleção campeã do mundo de futebol feminino em 2011.
As cinco primeiras das 47 cidades pelas quais a chama olímpica passará são Fukushima (desta quinta-feira até sábado), Tochigi (dias 28 e 29), Gunma (30 e 31), Nagano (1.º e 2 de abril) e Gifu (3 e 4). A tocha fará o seu caminho por cerca de 98% do território do Japão, antes de chegar ao seu destino final no estádio Olímpico, em Tóquio, em 23 de julho, dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Os espectadores poderão ficar apenas à margem da corrida, em número reduzido. "Os moradores da região aguardam com impaciência este momento, muitos vão querer se aproximar", admitiu Yumiko Nishimoto, uma das participantes do revezamento e também responsável por um projeto de plantio de 20 mil cerejeiras na região.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e os organizadores dos Jogos de Tóquio-2020 informaram recentemente que a Olimpíada não terá a presença de torcedores vindos de outros países e também não contará com voluntários estrangeiros, a não ser aqueles com funções mais específicas.