Estadão

Com vaquinha virtual, Bruno Ribeiro foi a Berlim e ganhou o Urso de Prata

Para que pudesse participar do Festival de Berlim, o curta-metragista brasileiro Bruno Ribeiro precisou montar um financiamento coletivo para que ele e também a produtora executiva Laís Diel e a atriz Raquel Paixão conseguissem viajar.

O esforço foi recompensado com o prêmio de Urso de Prata de melhor curta-metragem conferido a Manhã de Domingo, filme que, segundo o júri, "se movimenta da ansiedade de uma performance musical para a experiência de aceitar um momento de perda".

Ao receber o troféu, Ribeiro, que também assina o roteiro, dedicou o prêmio a sua mãe, que morreu durante a pandemia. "Ela foi a mulher que me deu todo apoio em meu sonho de fazer cinema."

O filme mostra a personagem Gabriela sentada ao piano, tocando para si mesma e para a mãe. Um concerto se aproxima e ela é tomada por lembranças que unem o passado ao presente, provocando momentos de paz.

Antes do festival, Ribeiro ironizava a própria dificuldade para estar em Berlim. "Nem tenho roupa pra isso", comentou. "Eu tento manter a pose, mas, por dentro, o Bruno adolescente que matava aula para pegar sessão de R$ 5 no cinema e que ficava escrevendo roteiros para filmar com os amigos está vibrando alucinado."

O Urso de Ouro de melhor filme foi para o espanhol Alcarràs, de Carla Simón, que retrata a última colheita de uma família de agricultores catalães. A francesa Claire Denis foi escolhida a melhor diretora por Avec Amour et Acharnement, enquanto a germano-turca Meltem Kaptan foi a melhor atriz, por Rabiye Kurnaz vs George W. Bush.

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