Os rebeldes xiitas houthis atacaram a residência do presidente do Iêmen, Abed Rabbo Mansour Hadi, nesta terça-feira e simultaneamente invadiram o palácio presidencial, na capital Sanaa. Um importante comandante policial advertiu que um “golpe” está em andamento no país.
O presidente Hadi estava no interior da residência quando o local foi alvo de “pesado ataque” durante meia hora, mas não se feriu e era protegido por guardas, informaram autoridades.
O dramático acontecimento colocou Hadi, que conta com apoio dos Estados Unidos, numa situação perigosa, que representa o mais duro desafio à sua autoridade desde que os houthis invadiram Sanaa, vindos de seu reduto no norte, e tomaram a capital em setembro.
A ministra de Informação Nadia al-Sakkaf escreveu em sua página no Twitter que o ataque teve início às 15h (horário local), realizado por “forças armadas posicionadas sobre telhados” que dão vista para a casa do presidente.
Ao mesmo tempo, rebeldes houthis também invadiram o gabinete do presidente, apossando-se do palácio presidencial e saqueando o depósito de armas, segundo o coronel Saleh al-Jamalani, comandante da Força de Proteção Presidencial, a guarda do palácio.
“Isso é um golpe. Não há outras palavras para descrever o que está acontecendo além de golpe”, declarou al-Jamalani à Associated Press, acrescentando que os rebeldes devem ter recebido ajuda de pessoas de dentro do governo.
A tomada do palácio pelos rebeldes aconteceu após a captura, menos de uma hora antes, da sede da guarda presidencial, que fica nas proximidades. Os houthis fizeram dezenas de reféns dentre as forças especiais e tomaram o controle de equipamentos de artilharia pesada e tanques de fabricação russa.
Os ataques romperam um tenso cessar-fogo que havia sido firmado durante a noite e que ficou em vigor até a manhã desta terça-feira, após os pesados confrontos no dia anterior. A ação dos houthis acontece após negociações, aparentemente fracassadas, entre Hadi e um representante dos rebeldes, realizada na residência do presidente.
O grupo quer mais influência no governo e na redação da nova Constituição do país. Os houthis se opõe à recomendação de Hadi sobre a divisão do país em seis Estados federativos.
“O que está acontecendo agora é apenas mais um passo na direção da consolidação do poder (dos houthis)”, disse Abdel-Bari Taher, jornalista escritor veterano. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.