O comércio foi o setor que liderou a extinção de vagas no trimestre encerrado em agosto, com 754 mil demissões em relação ao trimestre terminado em maio, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem do trimestre terminado em maio para o trimestre encerrado em agosto, houve demissões em quase todas as atividades: outros serviços (-510 mil ocupados), indústria (-427 mil), alojamento e alimentação (-661 mil), transporte (-507 mil), construção (-76 mil), serviços domésticos (-477 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (-337 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-740 mil).
A única atividade com geração de vagas foi a agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura, com 228 mil postos de trabalho a mais.
"Esse crescimento da agricultura está ligado ao cultivo do café na região sudeste. Aí são os trabalhadores elementares da agricultura ligados ao cultivo do café. Então é uma coisa mais localizada, embora esse cultivo seja muito importante", afirmou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura perdeu 366 mil trabalhadores. A construção demitiu 1,281 milhão, o comércio dispensou 2,378 milhões. Alojamento e alimentação fechou 1,698 milhão de vagas, e serviços domésticos perderam 1,745 milhão de trabalhadores.
A indústria dispensou 1,624 milhão de funcionários, enquanto o setor de informação, comunicação e atividades financeiras demitiu 657 mil. Transporte perdeu 803 mil vagas, e outros serviços demitiram 1,128 milhão de pessoas. A atividade que engloba administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais dispensou 280 mil trabalhadores.
O recuo no total de ocupados em relação ao trimestre encerrado em agosto de 2019 foi de 31,4% no trimestre terminado em agosto deste ano no setor de alojamento e alimentação. Nos serviços domésticos, a queda no contingente de trabalhadores em um ano foi de 27,5%, em outros serviços – que inclui serviços pessoais como cabeleireiro e manicure -, a perda foi de 22,5%.