A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou às 10h12 desta terça-feira, 18. Na primeira fase do encontro, que vai até a manhã da quarta-feira, 19, o colegiado faz a análise de conjuntura e revisita os temas importantes para definir a taxa Selic, que está em 10,5% ao ano. A decisão será divulgada na quarta, a partir de 18h30.
A maioria das instituições do mercado ouvidas na última pesquisa Projeções Broadcast, 43 de 50, espera que o Copom mantenha a Selic em 10,5%. Outras 17 esperam um corte de 0,25 ponto porcentual nos juros, para 10,25% ao ano.
De 29 casas, 20 esperam que a decisão de amanhã seja consensual, apoiada por todos os membros do Copom. Na reunião anterior, em maio, o colegiado diminuiu a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, mas em uma decisão dividida, por cinco votos a quatro. A minoria – composta pelos diretores indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, crítico do nível dos juros – votou por um corte maior, de 0,5 ponto.
O racha no comitê reforçou a incerteza do mercado quanto ao compromisso da diretoria do BC com a meta de inflação a partir de 2025, quando o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, será substituído por um nome indicado por Lula. Somado à percepção de piora do risco fiscal brasileiro, isso desencadeou um novo aumento das expectativas de inflação.
Na comparação com o dia 3 de maio, data de corte usada pelo Copom na última decisão, a mediana do Focus para o IPCA de 2024 saltou 0,23 ponto porcentual, de 3,73% para 3,96%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025, horizonte relevante da política monetária, avançou 0,18 ponto, de 3,64% para 3,80%. E a projeção para 2026 atingiu 3,60%, depois de ter ficado estável em 3,50% por 46 semanas.
Os membros do comitê têm tentado reforçar um discurso de unidade para promover a convergência da inflação à meta. "Teve uma reação bastante grande à divisão dos votos, mas em nenhum momento pareceu uma guinada de política monetária você ter 0,25 ponto porcentual a mais ou a menos de cortes", disse este mês o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, um dos que votaram por uma baixa de 0,5 ponto.