Estadão

Comitê Paralímpico Internacional interpela China por censura nos Jogos de Inverno

O presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), o brasileiro Andrew Parsons, declarou nesta quinta-feira, que espera explicações da televisão pública chinesa após uma aparente censura ao seu discurso durante a abertura dos Jogos Paralímpico de Inverno, em que o mandatário criticava a guerra e a invasão russa à Ucrânia.

"O século XXI é feito para o diálogo e a diplomacia, não para a guerra e o ódio. A trégua olímpica pela paz durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos deve ser respeitada e cumprida, não violada. Paz!", declarou o presidente, em discurso feito em inglês.

Mas durante a transmissão do CCTV, rede estatal chinesa, o discurso teve uma tradução suave, ao cortar algumas das ideias e termos utilizados por Parsons. "Ainda estamos esperando sua posição ou sua explicação. Estamos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer", afirmou o presidente do CPI.

Até agora, a CCTV não respondeu aos questionamentos do Comitê, nem prometeu que um incidente não voltaria a acontecer. A China, país aliado à Rússia, foi uma das nações que não condenaram a invasão da Ucrânia.

Os Jogos Paralímpicos de Inverno em Pequim também tiveram polêmicas a respeito da presença de atletas da Rússia e de Belarus, países envolvidos na invasão à Ucrânia. Em um primeiro momento, o CPI os autorizou a participar das competições, mas mudou sua decisão após pressão dos comitês paralímpicos de cada país.

"Não acho que tenha sido uma reviravolta embaraçosa. Tomamos uma decisão, então nossos membros disseram: Escutem, não é suficiente, queremos que vocês analisem novamente com base em diferentes elementos . Não me arrependo da primeira decisão. E não me arrependo da segunda decisão. No final, tomamos a decisão certa", disse Parsons nesta quinta-feira.

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