O Comitê de Finanças do Senado dos Estados Unidos encerrou no período da tarde desta terça-feira, 19, o a sessão com a indicada pelo presidente eleito do país Joe Biden para a secretaria do Tesouro, Janet Yellen, sem votar a nomeação. De acordo com o senador Mike Crapo (Partido Republicano), presidente do Comitê, senadores que não se pronunciaram nesta audiência poderão enviar perguntas por escrito para Yellen até a quarta-feira, 20, às 18 horas de Brasília. Só então haverá convocação da comissão para votar a indicação de Yellen ao Tesouro. Se aprovado, o nome ainda terá de ser avalizado pelo plenário do Senado.
Pouco antes do fim da sessão, Yellen ressaltou que os próximos meses serão "desafiadores" para a economia americana, que enfrenta a segunda onda de covid-19 em meio ao processo de vacinação.
Ela ainda garantiu que, à frente do Tesouro, se preciso for, vai solicitar extensão do programa de empréstimos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) voltado a pequenas empresas, o PPP, embora tenha criticado a efetividade do programa.
O grande destaque da participação de Yellen na sessão do Comitê de Finanças do Senado nesta terça-feira foi sua defesa do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto na semana passada por Joe Biden, que toma posse na quarta-feira como presidente dos Estados Unidos. Em um contexto de juros básicos entre 0% a 0,25%, ela disse ser preciso "agir com grandeza" na política fiscal para superar a crise e evitar uma recessão prolongada.
Embora tenha defendido a aprovação do pacote fiscal de Biden, Janet Yellen reconheceu que, para aplicá-lo, será preciso aumentar o endividamento do país.
"É essencial pôr o orçamento público em uma trajetória sustentável, mas é preciso oferecer apoio fiscal agora. Responsabilidade fiscal neste momento de crise é oferecer estímulo", declarou a ex-presidente do Fed.
A dívida pública norte-americana já bateu 130% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e está em trajetória ascendente, como mostrou reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), gerando algum desconforto sobre seu financiamento.