A presença ou não de torcedores nos Jogos Olímpicos de Tóquio segue sendo uma das maiores incógnitas sobre a realização do evento em 2021. Com o aumento de casos de coronavírus e morte pela doença em diversos países e sem a previsão de que a população japonesa esteja vacinada até julho, existe o medo de que novos surtos se propaguem no país. Ainda assim, a presidente do Comitê Organizador de Tóquio, Seiko Hashimoto, afirmou neste domingo que os Jogos devem ter torcida em número limitado.
"Quando pensamos na possibilidade de realizar a Olimpíada sem torcedores nas arquibancadas, os atletas definitivamente se perguntam por que não há torcedores apenas para a Olimpíadas e Paralimpíada quando outras competições estão permitindo a presença de espectadores. Todo mundo quer uma decisão antecipada sobre a direção a ser tomada em relação aos fãs para preparar os ingressos e as acomodações nos hotéis", afirmou Hashimoto em entrevista ao jornal Asahi Shimbun.
Uma reunião sobre o assunto está marcada para acontecer na próxima semana, com a participação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e outras entidades envolvidas na organização da Olimpíada. De acordo com o jornal Kyodo News, a decisão será dividida em duas: primeiro, se torcedores estrangeiros serão permitidos no Japão e, depois, o número de pessoas que poderão ficar nas arquibancadas.
Thomas Bach, presidente do COI, afirmou na última semana que esta decisão deverá ser tomada no máximo até maio.
Muitos ingressos já haviam sido vendidos antes da pandemia: mais de 4,48 milhões, além de mais de 970 mil que haviam sido comprados para as Paralimpíadas. Após o adiamento da Olimpíada para 2021, os bilhetes ganharam nova validade e vão dar acesso às arquibancadas caso a torcida seja permitida.
Apenas 810 mil pessoas pediram reembolso das entradas depois do adiamento. A expectativa do Comitê Organizador era arrecadar mais de R$ 4,8 bilhões com a venda de ingressos.