O Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul (Ceivap) vai discutir na próxima sexta-feira, 15, o agravamento na crise hídrica na região abastecida pelo Rio Paraíba do Sul e seus afluentes. Municípios do Rio de Janeiro estariam enfrentando dificuldade na captação decorrentes da decisão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) de liberar menos água da Represa do Jaguari do que o recomendado pela Agência Nacional de Águas (ANA). Das 184 cidades da bacia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, 41 já tiveram o abastecimento afetado. Destas, 15 ficam em São Paulo e 26 no Rio.
De acordo com a assessoria do Ceivap, na reunião, o grupo de trabalho que acompanha as operações hidráulicas na bacia deve se posicionar sobre as declarações do secretário paulista de Recursos Hídricos, Mauro Arce, que considera a seca na região atendida pelo Paraíba do Sul pior que a registrada no Sistema Cantareira. De acordo com o secretário, as cidades paulistas da bacia consomem em torno de 7 m3, enquanto o Rio de Janeiro consome 55 m3. Ainda segundo ele, a água do Paraíba está acabando. Além da Represa do Jaguari, os reservatórios de Paraibuna, Santa Branca e Funil regulam a vazão do Paraíba do Sul.
A reunião, por videoconferência, terá a participação de representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As deliberações darão suporte para decisões da ANA sobre as demandas dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo que envolvem o Rio Paraíba do Sul. A Aneel ameaça processar a Cesp por reter água acima do permitido na represa do Jaguari.