Os aumentos nos preços de grandes commodities, como a soja (5,98%) e o minério de ferro (1,33%), reduziram a magnitude da deflação no atacado dentro do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
O IGP-10 passou de uma queda de 1,10% em julho para um recuo de 0,13% em agosto. O índice acumula redução de 7,37% em 12 meses.
"Assim como a soja (de -3,07% para 5,98%), commodity de maior peso no IPA, contribuiu para a redução da deflação registrada pelo IGP-10, outros produtos de peso relevante no índice ao produtor também o fizeram, como bovinos (de -2,87% para 0,72%), milho em grão (de -9,49% para -0,67%) e café (de -10,99% para -7,43%), contribuindo para a elevação da taxa de variação das matérias-primas brutas (de -2,38% para 0,79%)", afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de queda de 1,54% em julho para uma redução de 0,20% em agosto.
Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais passaram de uma queda de 0,97% em julho para recuo de 0,95% em agosto, tendo como principal contribuição o subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa saiu de -8,08% para -4,64%.
O grupo Bens Intermediários passou de -1,31% em julho para -0,37% em agosto, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa saiu de -2,77% para 1,21%.
O grupo Matérias-Primas Brutas passou de -2,38% em julho para 0,79% em agosto. As principais contribuições para o avanço da taxa do grupo partiram dos itens: soja em grão (de -3,07% para 5,98%), milho em grão (de -9,49% para -0,67%) e leite in natura (de -7,47% para -1,48%). No sentido contrário, os destaques foram minério de ferro (de 3,19% para 1,33%), mandioca/aipim (de -1,87% para -5,28%) e cana-de-açúcar (de 0,15% para -0,40%).
<b>Construção</b>
A alta no custo da mão de obra acelerou a inflação do setor de construção dentro do IGP-10 de agosto. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passou de uma alta de 0,01% em julho para uma elevação de 0,17% em agosto.
O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma queda de 0,17% em julho para um recuo de 0,16% em agosto. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram redução de 0,26% em agosto, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,75% no mês.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de um aumento de 0,28% em julho para uma alta de 0,64% em agosto.