Recuos nos preços de grandes commodities garantiram a manutenção da deflação no atacado dentro do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O IGP-10 passou de uma queda de 1,53% em maio para um recuo de 2,20% em junho. O índice acumula redução de 6,31% em 12 meses, queda mais acentuada da série histórica. Em junho de 2022, o IGP-10 foi de 0,74%, acumulando elevação de 10,40% em 12 meses.
"A inflação medida pelo IGP-10 registra novo recuo e a taxa interanual acumula queda de 6,31%, a menor da série histórica do indicador. Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo Diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)", afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de queda de 2,25% em maio para uma redução de 3,14% em junho.
Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais arrefeceram de alta de 0,29% em maio para queda de 1,01% em junho, tendo como principal contribuição o subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,42% para -9,73%.
O grupo Bens Intermediários caiu de -1,08% em maio para -3,36% em junho, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -3,93% para -12,77%.
O grupo Matérias-Primas Brutas passou de -5,88% em maio para -5,00% em junho. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos itens: soja em grão (de -10,41% para -5,16%), minério de ferro (de -11,50% para -8,04%) e algodão em caroço (de -9,48% para -4,16%). As taxas foram mais baixas nos itens: bovinos (de -1,05% para -6,17%), leite in natura (de 3,87% para 0,34%) e café em grão (de -0,07% para -5,57%).