As compras de aço pela rede de distribuição em abril somaram 263,8 mil toneladas, alta de 19,2% em relação ao visto um ano antes, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 22, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). No entanto, em relação a março, houve queda de 7%. Esse volume considera chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.
Já as vendas pelos distribuidores subiram 5,4% em abril, ainda na comparação anual, chegando a 225,1 mil toneladas. Em relação ao mês imediatamente anterior, houve queda de 14,4%. Com isso, os estoques da rede subiram 4,4% ante março, para 926 mil toneladas. O giro avançou em abril para 4,1 meses.
As importações no mês passado somaram 97,7 mil toneladas, alta de 34% na relação anual. Ante o visto em março, houve queda de 21%.
Para maio, a projeção da entidade é de que tanto as compras quanto as vendas subam 7% ante abril.
Dólar
Aumentos de preço do aço pelas siderúrgicas no mercado brasileiro são esperados para junho e se sustentam diante de um cenário de alta do dólar e estabilização de preços nos Estados Unidos em patamares elevados, avaliou o presidente do Inda, Carlos Loureiro. Os distribuidores esperam alta de preços de todas as usinas a partir do início do próximo mês.
A CSN informou elevação de preços de 11,75% para laminados a quente e a frio e de 8,25% para zincados. A ArcelorMittal deve elevar preços em 12% para todos os produtos e a Usiminas em 10,6% os laminados e 15% zincados. A Gerdau disse a distribuidores que deve acompanhar o mercado, mas não informou valores.
Os reajustes das usinas para o mercado interno devem reduzir a diferença ante o preço dos importados para um dígito baixo. Hoje o prêmio é negativo em 10% a 12%, estima Loureiro.
Com os aumentos de preço, as compras dos distribuidores devem se reduzir nos próximos períodos. Os estoques hoje estão em 4,1 meses, cerca de 1 mês acima do nível considerado ideal.
Pela frente, os distribuidores acreditam ainda num crescimento menos acelerado de vendas. A projeção para o ano é de alta de 5% a 7%, mas essa estimativa já chegou a ser de 10%. O mês de maio já deve ser de estagnação nas vendas na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Loureiro considera que a instabilidade política num ano eleitoral e a base de vendas já forte do segundo semestre do ano passado devem limitar o crescimento este ano. “A demanda tem se sustentado no momento pelo setor automotivo de máquinas agrícolas”, diz.
O presidente do Inda ainda considerou que deve ser pequeno o impacto para o mercado doméstico da implementação de cotas para exportação de aço aos Estados Unidos. Embora ainda não haja clareza no mercado sobre o tamanho da queda das importações que pode ser gerada pela imposição de cotas, Loureiro avaliou que variações tenderiam a não trazer muitas consequências para o volume de compras internas.